SANTA MARGARIDA (MG) - Produtores de café da região de Santa Margarida começam a contabilizar os prejuízos em decorrência das fortes chuvas que atingiram a Zona da Mata de Minas Gerais nos últimos dias. A situação no município é crítica tanto nas lavouras de café arábica, quanto nas estradas que foram invadidas pela deslizamento dos morros.
Segundo o diretor do Sindicato Rurais de Santa Margarida, Genilton Miranda, os prejuízos ainda não foram 100% contabilizados porque os problemas nas estradas ainda não foram solucionados. "Eu circulei boa parte no município, mas não terminei porque tivemos muitas estradas interditadas, que é um dos maiores problemas que temos aqui, mas no geral o prejuízo foi muito grande, principalmente em números de cafés perdidos", afirma o presidente.
Genilton lamenta a fase em que as chuvas aconteceram, tendo em vista que a colheita deve começar entre abril e junho. "Teve gente que perdeu metade da lavoura, cerca de mil pés", destaca. O presidente afirma ainda que os números oficiais devem ser divulgados na próxima semana.
Ele destaca ainda que cafeicultores estão apreensivos com a situação, já que o lucro da última safra ficou abaixo do que era necessário para o produtor. "A situação é bastante complicada e são produtores familiares, que não andam muito bons de caixa porque a safra passada foi ruim e agora que a gente ia tentar recuperar um pouco", afirma Genilton.
Davis Nascimento Gomes, é cafeicultor na Zona da Mata e também sofreu com os impactos das chuvas. "Eu posso afirmar sem sombra de dúvidas que só no município de Santa Margarida, nós tivemos uma perda de mais de 3 mil sacas de café", lamenta. Apesar da situação ainda estar sendo analisada, o presidente afirma que é possível que o prejuízo fique entre 3 e 4 mil sacas na produção local.
Já para os pés que não foram atingidos de maneira agressiva pelos temporais, o volume de chuvas foi considerado positivo para o desenvolvimento da safra. Segundo Pedro Araújo, Diretor de Produção e Comercialização da Coocafé, a partir de agora, para que não sejam registradas mais quebras de produtividade, o ideal que as condições sejam de tempo firme na região. "A planta precisava dessa água, agora precisamos de sol para que o desenvolvimento continuem", afirma.
Nos últimos 10 dias, segundo dados coletados pelas estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) foram registradas volumes acima de 200 mm de precipitação em todo o estado de Minas Gerais, inclusive na região da Zona da Mata Mineira.
De acordo com Araújo, as chuvas só serão consideradas negativas para o desenvolvimento do grão, caso continue chovendo em toda a região, o que aumentaria a umidade da planta e consequentemente poderia aumentar a chance de fungos, aumentando também as possibilidades de perdas.
Virgínia Alves / Notícias Agricolas