REDAÇÃO - Em meio a tantas tristezas e incertezas surgidas com a pandemia do novo coronavírus, exemplos de trabalho e solidariedade se multiplicam e trazem um pouco de alento. É bom para quem recebe, pois se sente cuidado, e melhor ainda para quem doa, por ajudar a diminuir o sentimento de impotência diante da crise.
Um desses exemplos vem do trabalho dos recuperandos de diversas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs), espalhadas por toda Minas Gerais. Durante esses meses de disseminação da doença, eles estão se empenhando na fabricação de equipamentos de proteção e combate ao novo coronavírus.
O resultado desse esforço são milhares de máscaras, luvas e jalecos que são doados para hospitais, asilos e várias outras instituições. Além disso, algumas Apacs realizam campanhas para a arrecadação de cobertores e confeccionam agasalhos para a população em situação de rua, que ficou ainda mais vulnerável com o isolamento social e a chegada do inverno.
De acordo com o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Luiz Carlos Rezende e Santos, durante estes tempos de pandemia, sem visitas e atividades rotineiras nas Apacs, muitas unidades conseguiram encontrar tempo para atividades de enfrentamento à doença. "Produzir máscaras, agasalhos e equipamentos de proteção individual, tem sido um conforto para aqueles que estão em privação de liberdade nas unidades Apac, pois sabem que estão contribuindo com a comunidade e diminuindo a contaminação pela covid-19", ressalta o magistrado.
Produção solidária
Os números são realmente significativos. Até o início de junho, só a Apac de Frutal já havia confeccionado quase 130 mil máscaras. A associação de Santa Luzia está trabalhando na produção de 24 mil unidades e a de São João del-Rey, 26 mil. Nas oficinas de costura da Apac feminina de Itaúna, já foram fabricadas 13 mil máscaras.
Na Apac de Nova Lima já foram produzidas 5 mil máscaras. Lá, são fabricadas diariamente 500 unidades, que estão sendo doadas para hospitais e postos de saúde, Polícias Civil e Militar, fórum e Ministério Público da comarca, Apac de Belo Horizonte, além de familiares dos recuperandos. Nessa unidade, também estão sendo confeccionados jalecos para profissionais da saúde e agasalhos para a população em situação de rua, fabricados a partir de cobertores doados.
O trabalho na Apac de Manhuaçu rende 1,6 mil máscaras diárias, que já foram doadas para instituições como o Corpo de Bombeiros e o fórum da comarca. Em Campo Belo, foram confeccionadas 14,5 mil máscaras para o Sesc de Belo Horizonte e 10 mil para a Secretaria Municipal de Saúde. Já a Apac de Caratinga consegue produzir diariamente 3 mil unidades, que são doadas para os hospitais do Estado.
A Apac de Januária iniciou uma campanha denominada Costura do Bem, em parceria com o Judiciário e outras instituições. Até o momento, foram confeccionadas 2,5 mil máscaras, distribuídas para a Secretaria de Obras, para atendimento aos garis; Assistência Social, Polícia Civil, instituições religiosas, asilos e o fórum da comarca.
Também em Araxá foi realizada uma campanha: a EPI Já, que arrecadou material para a fabricação de 4.146 máscaras, das quais 3.892 foram doadas, juntamente com 700 luvas e 20 litros de álcool em gel.