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Tratamento de esgoto de baixo custo é sucesso em Manhuaçu

12/11/2020 - Atualizado em 13/11/2020 10h08

MANHUAÇU (MG) - Um projeto desenvolvido por extensionistas do escritório local da Emater-MG de Manhuaçu está levando coleta e tratamento de esgoto doméstico para áreas de rurais. É de baixo custo e fácil implementação, com materiais facilmente encontrados no mercado local. O modelo vem sendo desenvolvido em parceria com universidades, instituições e com as próprias famílias. Os autores são José Antonio do Nascimento, Katya Louzada Ribeiro, Paulo Cesar de Assis Pires e Thiago Braga de Oliveira, lotados, na época da execução do projeto, no escritório local de Manhuaçu.

O sistema usa como filtro um material bem fácil de encontrar, o bambu. Apesar de simples, essa tecnologia vem apresentando resultados surpreendentes, tanto na qualidade de vida das famílias beneficiadas, como para prevenir a contaminação do solo e de fontes de abastecimento de água.

Katya Louzada conta que o projeto é inspirado em um semelhante, já utilizado há vários anos pela Epagri, a empresa de pesquisa e assistência agropecuária de Santa Catarina. Lá, as miniestações de tratamento de esgoto são construídas com manilhas. Mas Katya explica que a equipe local da Emater-MG em Manhuaçu optou por substituir esse material por bombonas plásticas, que são mais fáceis de transportar e também simplificam na hora de instalar as tubulações de PVC. O projeto desenvolvido em Manhuaçu envolve 413 famílias de agricultores, o que representa mais de 1.600 pessoas diretamente beneficiadas. Cada sistema atende a uma residência, e a necessidade de material vai variar em função do número de moradores.

“O mais comum é de quatro bombonas. Ele atende uma casa com cinco pessoas, usando diariamente. E eu e o colega Thiago fizemos uma planilha, onde a gente pode inserir o número de pessoas, e automaticamente se faz o cálculo do número de bombonas adequado”, explica Katya.

O custo de cada miniestação de esgoto vai depender dos preços dos materiais que precisam ser adquiridos, como bombonas e tubos de PVC. Em Manhuaçu, um sistema para cinco pessoas fica em torno de R$ 700,00. A mão de obra fica por conta dos próprios agricultores, com orientação dos técnicos da Emater-MG. De acordo com Katya Louzada, uma vantagem adicional do sistema é que serve para todos os efluentes de uma casa. Ou seja, além dos resíduos sanitários, trata também as chamadas águas cinzas, que vêm dos chuveiro, pias e ralos.

“O bambu serve como um filtro, e os micro-organismos vão ajudando a decomposição dos materiais orgânicos. E como o sistema recebe muita água, pois atende a vários pontos da residência, então ajuda a diluir os resíduos”, detalha a extensionista. “O sistema é muito fácil de implantar. O próprio agricultor, seguindo o modelo que fornecemos, e seguindo as nossas orientações direitinho, pode montar por conta própria. É realmente muito simples”, afirma Katya. O trabalho de saneamento rural foi incorporado à rotina do trabalho do escritório local e serve de exemplo para outros municípios da Unidade Regional da Emater-MG, com adesão favorável dos agricultores.

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