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Matas de Minas conquista o reconhecimento como Indicação de Procedência de Cafés

17/12/2020 - Atualizado em 17/12/2020 16h14

REDAÇÃO - A região produtora de café Matas de Minas recebeu a chancela de Indicação de Procedência (IP) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O título  foi concedido nesta terça-feira (15/12) e é fruto do trabalho desenvolvido pelo Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas e do Sebrae Minas na região.  

O território é o quarto de Minas Gerais a receber o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG), tendo o café como produto. O pedido da IG, na modalidade de Indicação de Procedência (IP), foi feito em 2018. A IP refere-se ao nome de um país, cidade ou região conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.  

Com a Indicação de Procedência, os cafés da região poderão ser comercializados com a garantia de origem, que certifica que o produto tem características únicas, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, em razão de sua origem geográfica específica.  

“Este resultado é uma conquista para os 64 municípios integrantes das Matas de Minas. A IP tem um significado imensurável e com certeza colocará nossa região em destaque mundial. Foi um trabalho árduo, feito coletivamente com o Sebrae, produtores e entidades que integram o Conselho. Um reconhecimento da nossa luta diária para melhorar a qualidade do nosso café, sempre com foco na sustentabilidade”, justifica o diretor-presidente do Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, Sebastião de Lourdes Lopes.  

Para a analista do Sebrae Minas Reginamaria Loures, a Indicação de Procedência vem para confirmar a efetividades das ações realizadas há anos pelo Sebrae Minas na região. “Somamos forças em prol do desenvolvimento territorial, trabalhando como articuladores do setor cafeeiro, por meio do apoio à governança local, estímulo à abertura de mercado e fortalecimento da identidade regional. Iniciativas que tem mudado a imagem da região e incentivado o associativismo.”

Desde 2011, o Sebrae Minas realiza o projeto Café das Matas de Minas, com o objetivo de desenvolver a cafeicultura na região. O projeto é baseado em quatro pilares: qualidade, identidade, governança e mercado. Busca valorizar o café dessas localidades, organizar as ações dos produtores e estimular o acesso a mercados.  A iniciativa inclui ainda ações de capacitação e orientação ao produtor sobre o processo de melhoria da qualidade, governança e identidade. 

Tradição cafeeira

A Região das Matas de Minas está situada em uma área de Mata Atlântica, no leste de Minas Gerais, e compreende cerca de 36 mil produtores de café, responsáveis pela produção de 5 milhões de sacas anuais, 24% do total no estado. Em 64 municípios, com 275 mil hectares plantados na área demarcada, os produtores geram cerca de 75 mil empregos diretos e 156 mil empregos indiretos na colheita do café.   

A produção é naturalmente sustentável, marcada pela predominância da agricultura familiar, gerando impacto econômico e social direto e indireto, além de estimular fatores culturais presentes na cafeicultura da região.  

Em 2017, foi criado o Selo de Origem Região das Matas de Minas, iniciativa que garante a origem do produto, permitindo a rastreabilidade, definindo o processo de produção e contribuindo para a qualidade do produto.   

Ao longo dos anos, o café Matas de Minas recebeu diversas premiações de relevância nacional e internacional, como, por exemplo, os prêmios Ernesto Illy de Qualidade do Café, Concurso Estadual de Qualidade do Café da EMATER, Coffee of The Year, Concurso de Qualidade ABIC e Cup of Excellence, dentre outros.  

IGs no Brasil  

Atualmente, o Brasil tem 74 Indicações Geográficas (IGs) registradas. A maioria delas é de pequenos negócios no segmento do agronegócio, muito diferentes entre si e localizadas principalmente no Sul e Sudeste (63%). No caso do café, agora são oito IGs reconhecidas, sendo duas por denominações de origem (Região do Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas) e outras seis por indicações de procedência (Região do Cerrado Mineiro, Alto Mogiana, Norte Pioneiro do Paraná, Oeste da Bahia, Região de Pinhal, Campo das Vertentes e Matas de Minas).   

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