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Caso Aline: Acusados vão a julgamento em maio

19/04/2009 - Atualizado em 24/04/2009 08h18

A história de um dos crimes mais cruéis de Minas Gerais está perto de um desfecho. Está previsto para o mês que vem o julgamento de quatro acusados de matar a estudante Aline Silveira Soares, de 18 anos, num ritual macabro em Ouro Preto, na Região Central. Ela foi encontrada com várias perfurações pelo corpo no cemitério da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, em14 de outubro de 2001, depois de participar da tradicional Festa do 12, que mobiliza as repúblicas da cidade.

A denúncia encaminhada pelo Ministério Público à Justiça incrimina os estudantes Edson Poloni Lobo Aguiar, Cassiano Inácio Garcia e Maicon Fernandes Lopes, à época moradores da República Sonata, além de uma prima da vítima, Camila Dolabella Silveira. A promotora Luíza Helena Trocilo Fonseca, responsável pela acusação, pede a pena máxima (30 anos) para todos, por homicídio triplamente qualificado (por meio cruel, motivo torpe e sem chance de defesa à vítima).

A instrução do processo foi concluída em 2005, mas ela diz que uma série de recursos da defesa atrasaram a marcação da data do júri. Além disso, os acusados estão soltos e o julgamento de pessoas presas tem preferência. A sessão estava marcada para outubro do ano passado, mas, devido às eleições, foi adiada. “Os feitos eleitorais também têm prioridade”, explica, acrescentando que o caso precisa de uma conclusão: “É tempo demais, o que gera um desgaste danado à Justiça. A família sofre e o povo de Ouro Preto se incomoda muito com o que ocorreu.”

Aline era de Manhumirim, na Zona da Mata, e viajou a Ouro Preto com Camila e uma menor de 17 anos. Elas se hospedaram na República Sonata a convite de Cassiano, que morava no local com os outros rapazes. A jovem foi encontrada ao lado de um túmulo, com 15 perfurações a faca e um corte profundo no pescoço. Desenhos com o próprio sangue foram feitos no corpo. Os braços estavam abertos e os pés, unidos, como se a vítima tivesse sido crucificada.

O caso ganhou repercussão nacional, principalmente depois que o delegado Adauto Corrêa atribuiu o crime a uma partida de Role Playing Game (RPG), em que os jogadores incorporam personagens. Aline teria perdido o jogo na modalidade Vampiro, sendo punida com a morte.

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