A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (09) a "Operação Limalha", para investigar uma quadrilha de roubo e receptação de caminhões e cargas com ramificações em Manhuaçu e Manhumirim. A base final era no Espírito Santo, inclusive Iúna e Ibatiba, e envolvia no total seis estados. Ao todo foram oito meses de investigações, realizadas pela Polícia Federal, para chegar até os 25 presos na "Operação Limalha" em todo o país. Na região de Manhuaçu, a Polícia Federal ainda não divulgou prisões ou resultados. Outros crimes praticados pelo grupo, como falsificação de documentos públicos e adulteração de chassi, foram investigados.
Segundo o delegado Lorenzo Fontes, o tempo gasto nas investigações foi necessário, devido à diversificação operacional da quadrilha envolvida nos roubos de caminhões. "No Espírito Santo, estavam os receptadores. Em Minas, ficavam os intermediários. Já no Paraná e Pernambuco, havia gente envolvida com receptação e também intermediação nos negócios dos criminosos. Em São Paulo e Minas Gerais, ficavam os responsáveis pelos assaltos, falsificação dos documentos e adulteração dos veículos roubados. Dessa forma, se déssemos o “bote” antes de termos tudo devidamente apurado, correríamos o risco de não chegar a esses resultados", explicou Fontes. "O resultado foi muito positivo. O número de presos era o que a gente esperava e a recuperação de veículos roubados foi até maior do que a expectativa".
A ação, coordenada pela superintendência da PF em Vila Velha, envolveu 200 policiais e cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão na Grande Vitória, nas cidades capixabas de Iúna, Ibatiba e Cachoeiro de Itapemirim - todas no sul do Espírito Santo, Manhumirim (MG), Manhuaçu (MG), Ipatinga (MG), Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Umuarama (PR), Caruaru (PE), Belo Jardim (PE), São Paulo (SP), Assis (SP) e Jundiaí (SP). Ainda não foram divulgados nomes ou locais que a Polícia Federal esteve nas cidades da região.
O delegado Lorenzo Fontes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Federal do Estado disse que a receptação dos caminhões roubados era realizada, na maioria das vezes, no Espírito Santo.
"Eram encomendados os caminhões aos assaltantes, que passavam pelos adulteradores de chassi e de outros itens de caminhão. Eles acionavam os falsificadores de documentos e, depois de toda a falsificação pronta, passavam para o intermediários que davam destinos ao compradores finais. Boa parte desses interceptadores se localizavam no Espírito Santo", detalhou o delegado.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas em novembro de 2008 pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio (Delepat), da PF no Espírito Santo a partir da informação de que um dos investigados utilizava a mesma "mão-de-obra" de integrantes que foram presos na Operação "Cavalo de Aço" realizada em 2004 pela delegacia.
Após oito meses de investigações, ainda segundo a PF, foi constatada a existência de uma grande organização criminosa hierarquicamente estruturada, em que as tarefas eram divididas de acordo com o trabalho a ser realizado.
Foram identificadas quatro células criminosas: uma no Estado do Espírito Santo, ponto final de receptação; a segunda no Paraná, outra em Minas Gerais, cujos integrantes atuavam como intermediários dos bens roubados, e a última em São Paulo, formada pelos assaltantes e sequestradores.
Gazeta Online - 09/06/09- 18:05