Em meio ao garimpo e às lavouras de café da cidade de Pancas – cidade do noroeste do Espírito Santo –, o cinema despertou a dedicação de quatro homens. Em 1975, um relojoeiro, um soldado, um estudante e um lavrador se uniram para filmar “Olho de Gato”, produção que até hoje não consta nos catálogos da filmografia capixaba. O faroeste rodado em Super-8 e desaparecido desde 2007 é o tema de “Olho de Gato Perdido”, documentário do jornalista manhuaçuense Vitor Graize.
Com 52 minutos de duração, “Olho de Gato Perdido” integra a quarta edição do concurso DOCTV, que tem como objetivos gerais a regionalização da produção de documentários, a articulação de um circuito nacional de teledifusão e a criação de ambientes de mercado para o documentário brasileiro. O filme é uma co-produção da TVE/ES, Instituto Marlin Azul (IMA) e Abepec.
O DOCTV é um Programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais – Abepec, Fundação Padre Anchieta – TV Cultura e Empresa Brasil de Comunicação – TV Brasil, com o apoio institucional da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas – ABD.
“Olho de Gato” é o título do faroeste rodado em 1975, na cidade de Pancas, dirigido pelo relojoeiro Ailton Claudino de Barros e protagonizado pelo lavrador José Augusto Damaceno e pelo soldado e amante de cinema Luiz Carlos Betencurte.
A realização do faroeste mobilizou toda a cidade e hoje permanece apenas na lembrança daqueles que participaram do projeto, já que o paradeiro da obra é desconhecida. O documentário “Olho de Gato Perdido” realiza a busca pelo rolo original do filme. A busca tem dois caminhos: um material, que segue as pistas da localização da única cópia do filme; o outro caminho é imaterial, através das memórias daqueles que dele participaram.
Curiosamente, “Bang Bang” é o título do primeiro filme realizado no Espírito Santo, pelo pioneiro Ludovico Persice, na cidade de Castelo, em 1920. O filme, outro faroeste desaparecido, inaugurou a arte cinematográfica em terras capixabas.
Histórico do Projeto
Selecionado entre 15 projetos inscritos no Concurso Capixaba do DOCTV IV, o autor de “Olho de Gato Perdido”, Vitor Graize, teve seu projeto debatido, na Oficina para Desenvolvimento de Projetos, sob a orientação das duplas Eduardo Escorel e Claudio Gonçalves, e Jean-Claude Bernardet e Cláudia Mesquita. Na Oficina de Desenho Criativo de Produção o projeto teve seu desenho de produção orientado por Raquel Zangrandi e Max Eluard.
Currículo do diretor
Vitor Graize (esquerda) é natural de Manhuaçu e é jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo. Participou dos projetos Cine Falcatrua e Grupo de Estudos Audiovisuais (Grav). Já realizou os curtas “Compre na Mercearia da Esquina” (2005), ficção em co-direção com Vitor Lopes, e “Transversal” (2006), documentário em co-direção com Priscilla Thompson e Paulo Góis. Desde abril de 2007 é repórter do Caderno 2 de A Gazeta, periódico de Vitória - ES. Participou do júri de pré-seleção de vídeos do 14º Vitória CIne Vídeo, em 2007, e do 15º Vítória Cine Vídeo, em 2008, quando também integrou o júri de premiação.
Ficha Técnica
Direção, roteiro e produção: Vitor Graize
Direção de Fotografia: William Sossai
Técnico de som e desenho de som: Cons Buteri
Edição: Hugo Reis
Fotografia e cãmera 2ª unidade: Hugo Reis
Direção de Produção: Elisa Queiroz
Assistente de Direção: Rodrigo de Oliveira
Assistente de câmera e maquinista: Fran de Oliveira
Assistente de produção e fotografia still: Raphael de Araújo
Finalização e créditos: Ulla Milla
Produção executiva: Beatriz Lindenberg
Trilha sonora: Ezequiel Safatle
Motoristas: Braz Luiz Riva, Márcio, Paulo César Amaranto
Alimentação: Lena
Transcrição dos diálogos: Bianca Sperandio
Legendagem: Bianca Sperandio
Financeiro: Patrícia Cortes e Wil Luz Júnior
Co-produção: Vitor Graize | Instituto Marlin Azul | TV Educativa do Espírito Santo | ABEPEC - Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais
Serviço
“Olho de Gato Perdido”, de Vitor Graize (documentário, 52 minutos, 2009)