VIÇOSA (MG) - O primeiro ano de trabalho do Programa de Assistência Técnica e Gerencial - ATeG Balde Cheio com 30 produtores de Viçosa, São Miguel do Anta, Porto Firme, Coimbra e Piranga gerou importantes resultados como a movimentação de R$17.620.861,89, entre receita e despesas, na economia dos municípios e uma média de margem líquida anual de R$31.608,10.
Os produtores, suas famílias e convidados da Universidade Federal de Viçosa, do Sicoob Credimepi, e do Novo Agro conheceram os indicadores econômicos e zootécnicos alcançados pelo grupo em uma reunião de benchmarking realizada na sede do Sistema Faemg Senar em Viçosa, na última sexta-feira (20/01).
O evento realizado em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Viçosa, também contou com a presença de representantes do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL/UFV) parceiros na articulação do grupo.
Na apresentação dos resultados, o técnico de campo Jeferson Bello dos Santos destacou a porcentagem de vacas em lactação como um fator importante para o desenvolvimento da atividade e apontou que a média do grupo, que é de 80%, está bem próxima do ideal, que é de 83%. Com essa porcentagem, o rebanho de cada produtor conseguiu produzir, em média, 312 litros de leite por dia. Já a média de produtividade de litros por hectare no ano foi de 8.828 litros.
Jeferson avaliou positivamente o primeiro ano com o grupo e disse ter sido prazeroso trabalhar com os produtores com potencial “que tem a faca e o queijo na mão e só faltava a orientação para avançar. Eles estão muito interessados na assistência, querem crescer na atividade e estavam carentes. Tivemos bons resultados e nesse segundo ano pretendemos alavancá-los ainda mais”.
Novos produtores no caminho certo
Laurence Guimarães, de Viçosa, apostou no ATeG Balde Cheio para ajudá-lo na nova empreitada iniciada há cerca de três anos. Ele, que é formado em direito, decidiu trocar a carreira pela pecuária leiteira e encontrou no Sistema Faemg Senar o conhecimento de que precisava para desenvolver a atividade.
“Vindo de uma área totalmente diferente, comecei a buscar por orientação e capacitação e com o ATeG melhorou bastante. O técnico é excelente e me traz as informações, principalmente na área de reprodução, sanidade, manejo, e na administração”, contou o produtor que já aprendeu a inseminar as vacas.
Laurence explicou que já fez diversos cursos do Senar de maneira virtual e cursa a graduação em Zootecnia na UFV para se aprimorar cada vez mais. “Sei que ainda há muito para melhorar, e os números mostram isso, mas estamos no caminho certo e com boas a perspectivas para o próximo ano”, concluiu.
Roberto Pinto Fernandes, é comerciante em Viçosa e produtor na cidade de Coimbra há um ano e meio. Ele contou que é apaixonado pela pecuária leiteira desde a infância e o ATeG Balde Cheio oferece o profissionalismo que ele precisa para lidar com a paixão como um negócio.
“Os resultados são questão de tempo, adaptação e crescimento e o ATeG tem me ajudado em tudo. Esse primeiro ano foi de muito aprendizado e o acompanhamento do técnico foi primordial para nos dar assistência no campo com recria, reprodução, manejo e alimentação, e corrigir os erros”, comentou satisfeito.
Avaliações
“Para mim, o melhor ganho foi todas as fazendas terem os dados completos e números para mostrar. Isso mostra a conscientização sobre a importância da gestão nesse primeiro ano e representa um grande passo porque corrobora a proposta do ATeG de gerenciar a propriedade como uma empresa rural. Podemos projetar que os resultados ao final de 24 meses serão ainda melhores”. - Christiano Nascif, superintendente do Sistema Faemg Senar
“Esse é um grupo diferenciado. Os participantes do curso de formação de novos técnicos realizado por nós em parceria com o PDPL utilizam o grupo como laboratório para conhecer e começar a atuar em campo. Vimos na reunião que os produtores tiveram bons resultados e a movimentação financeira milionária mostra o potencial e importância do grupo”. – Marcos Reis, gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa.
“Boa parte dos produtores conseguiu ter um retorno financeiro do seu negócio mostrando que, nas condições em que estão inseridos, isso é possível. A comparação mostra aos produtores que quem ainda não conseguiu ter retorno positivo o pode reavaliar o que está sendo feito, reverter o quadro e tornar sua atividade rentável. Temos mais um ano de trabalho para melhorar a realidade de todos e acredito que essa motivação já foi plantada com sucesso”. – Leonardo Cotta Quintão, supervisor do ATeG Balde Cheio na região.
“O impacto da assistência técnica nas propriedades deles está sendo reconhecido, e notamos isso pela presença expressiva de produtores no evento. Ficamos satisfeitos com os resultados. Vimos que grande parte dos produtores estão em bom estado de saúde financeira dentro da atividade e ouros já estão no caminho para corrigir os problemas de suas fazendas.”. Marcus Vinícius Moreira, PDPL – UFV.
Parceria
Os gestores Christiano Nascif e Marcos Reis destacaram que a apresentação foi importante para mostrar aos futuros parceiros do Sicoob Credimepi que ficaram entusiasmados com a capilaridade do Programa ATeG e com os resultados. “Eles gostaram do que viram e já saímos da reunião com indicação de mais uma parceria técnico financeira. Isso vai nos permitir abrir mais grupos como esse na região”, comentou Nascif.
“Os representantes da cooperativa de credito vieram de Santa Bárbara, Itabirito e Ponte Nova e esperamos que, em breve, nossa parceria possibilite que o ATeG chegue aos produtores dessas cidades”, afirmou Marcos Reis.