TOMBOS (MG) - A diretoria do Tombense afastou, nesta quarta-feira (15), o zagueiro Joseph, ex-Cruzeiro e América. A decisão foi tomada um dia após o Ministério Público (MP) do Estado de Goiás deflagrar a Operação Penalidade Máxima, com o objetivo de combater manipulação de resultados de partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022.
Procurado pela reportagem, o presidente do Tombense, Lane Gaviolle, disse que o zagueiro está abalado e nega participação no suposto esquema. Ainda conforme o dirigente, Joseph ganhou "um tempo até a próxima semana para esfriar a cabeça" e mostrar que não tem participação em qualquer irregularidade. “Não queremos prejulgar ninguém”, destacou Gaviolle.
Em nota divulgada na manhã desta quarta (15), o Tombense havia anunciado o afastamento do jogador, mas sem citar o seu nome.
“O Tombense Futebol Clube informa que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que um de seus atletas poderia estar envolvido em esquema de manipulação de resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. Imediatamente após confirmar a existência da investigação policial, o Tombense afastou o atleta de todas as suas atividades regulares e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar com o que for necessário”, diz nota divulgada pelo clube do interior de Minas.
Segundo o MP goiano, as investigações apontam que o grupo cooptou jogadores para manipularem os resultados das partidas por meio de ações em campo. Os jogadores teriam de cometer um pênalti no primeiro tempo do jogo, com o objetivo de ter êxito em apostas esportivas de elevados valores. Em contrapartida, os atletas receberiam parte dos ganhos. O Ministério Público de Goiás acredita que cada jogador suspeito tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.
"Há elementos de que o grupo atuou concretamente em, no mínimo, três partidas ocorridas no final do ano de 2022 na série B do Campeonato Brasileiro de Futebol e estima-se que os valores envolvidos no esquema ultrapassem o montante de R$ 600 mil", afirma o Ministério Público goiano em comunicado.
De acordo com o promotor de Justiça do MP de Goiás, Fernando Martins Cesconetto, o esquema foi descoberto após denúncia do Vila Nova-GO. O meia Romário, ex-jogador do clube, teria sido um dos cooptados para manipular partidas.
Os três jogos suspeitos de manipulação são Criciúma x Tombense, Sampaio Corrêa x Londrina e Vila Nova x Sport, todos válidos pela última rodada da Série B do ano passado. Destas três partidas, apenas no jogo dos goianos não houve a marcação do pênalti.
"A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões", disse o promotor em coletiva de imprensa.
Itatiaia