SÃO JOÃO DO MANHUAÇU (MG) - As irmãs Josélia e Simone Azevedo, de São João do Manhuaçu, na região das Matas de Minas, profissionalizaram o empreendimento rural da família após assumirem a produção de café, em 2020. De lá para cá, elas já conquistaram prêmios em concursos de qualidade e figuraram entre os 100 melhores cafés no Coffee Of The Year em 2020, 2021 e 2022, montaram uma torrefação e lançaram a marca Café Azevedo. O nome é uma homenagem ao pai delas, José da Purificação Azevedo, que sempre esteve à frente da propriedade, junto à esposa Márcia, e agora divide a missão com as filhas.
A decisão de aprender sobre o negócio rural da família aconteceu depois que os pais tiveram covid-19. O momento fez com que as filhas, que pensavam em vender a propriedade, mudassem de ideia e passassem a investir na atividade começando pela capacitação. “Sempre achamos que dava muito trabalho e pouco dinheiro. A gente via muita luta, mas pouco resultado”, comentaram.
Por meio de cursos, elas conheceram o potencial da produção da família. Um amigo as orientou a verificar a qualidade do café produzido e a primeira amostra avaliada recebeu nota de 86 pontos segundo a escala da SCA (Associação de Cafés Especiais). O resultado indicou que elas tinham um produto de excelente qualidade e decidiram investir em uma torrefação própria.
“Fizemos três dias de cursos de torra e descobrimos que não sabíamos nada, nem sobre a planta, nem sobre a bebida. Fomos para o sul de Minas e ficamos mais 10 dias”, contou Josélia.
Atualmente a família comercializa café tradicional, gourmet e especial. “Buscamos o beneficiamento para agregar valor ao produto, e está dando certo”, comentou Simone.
No processo de sucessão, a família passou a fazer parte do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte do Sistema Faemg Senar e o acompanhamento da técnica de campo Thaís Aguiar tem auxiliado na melhoria dos processos desde a lavoura até a gestão e comercialização.
“A chegada do ATeG foi fundamental. Agora a gente vai para a roça também e vencemos a resistência do pai em relação às orientações que a técnica traz. Estamos conquistando nosso espaço, confiança, autonomia e aumentando a produtividade e a lucratividade da propriedade”.
Recentemente, a família recebeu técnicos do ATeG Café+Forte da região e a supervisora Míriam Grossi para uma visita à torrefação. A supervisora conduziu a reunião de alinhamento do grupo e aproveitou para a apresentar o caso de sucesso do qual o programa faz parte. O analista regional, Antônio Rocha também acompanhou a visita a parabenizou a família pelo empenho na sucessão familiar.
Satisfação
“Poder acompanhar de perto as meninas se capacitando e colocando a mão na massa é muito gratificante. O ATeG chegou para somar, para trazer mais tecnologia e gestão, e aliado ao entusiasmo da família, o sucesso é garantido com certeza”, ressaltou Thaís.
O ATeG e os treinamentos dos quais a família participa são realizados por meio do Sindicato dos Produtores Rurais de São João do Manhuaçu, o presidente da entidade, Felipe Alves, destaca que o caso de sucesso da família Azevedo exemplifica os benefícios que o ATeG tem levado para o município. “Temos dois grupos com excelentes resultados e estamos mostrando aos produtores o caminho certo para o desenvolvimento da cafeicultura”, avaliou.
Lílian Moura / Senar Minas Viçosa