MANHUAÇU (MG) - Os membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Manhuaçu reuniram na tarde desta terça-feira, 5/09, para discutirem e tomarem conhecimento da situação em que se encontra o monumento do cafeicultor, que, na última quarta-feira, 31, rompeu o braço direito e parte da mão esquerda. O monumento tem chamado a atenção de quem passa pela BR 262, local como conhecido como o “Trevo do Cafeicultor”, pelo fato de que a estátua está com o braço para rompido e, a peneira que simboliza o instrumento usado para abanar o café em grão, encontra-se numa posição bastante diferente. Tem repercutido muito a situação do monumento, considerado cartão postal de Manhuaçu. Agora passou a ser sinônimo de risco iminente.
Durante a reunião foi mostrado para os conselheiros partes do monumento que caíram, e foram recolhidos pelo presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Fabrício Santos, que tomou todas as medidas cabíveis, como isolamento para evitar aproximação de pessoas, registro de Boletim de Ocorrência e vistoria pelo setor de engenharia da Prefeitura, realizada no dia 31 de agosto.
Segundo a engenheira que esteve no local, Carina Helena Marques Pazelli, durante o trabalho não teve como verificar itens de projeto estrutural. Observou ainda, que há comprometimento e deterioração dos elementos isopor, fibra e gesso em várias partes do monumento e, a pintura geral está bem gastada. A engenheira também levantou que, a mão esquerda está quebrada e, perto do quadril está bem danificado. Foi verificado ainda, no monumento do cafeicultor que soltou o braço, que dentro havia um revestimento interno de isopor de 10 centímetros de espessura, espuma e fibra de vidro, além de algumas partes com cimento não estruturado. Outro detalhe encontrado foi rachadura na perna, próxima a virilha e baixa espessura da camada de fibra de vidro, que pode ter acarretado a baixa resistência do material, atrelados a exposição ao clima e variação de temperatura. O monumento do cafeicultor foi restaurado em 2021, e custou ao cofre municipal R$ 46.244,00.
O homem da peneira corre risco de cair
Ao final, a engenheira conclui que o fato de o monumento ficar em praça onde está o tempo todo exposto à população, por ser uma estátua de 8 metros de altura contribuem para com o processo de degradação. É possível notar o deslocamento em processo lento das partes, que pode ter sido causado por falta de um projeto estrutural da estátua. A opinião da engenheira da Prefeitura, Carina Helena Pazelli é que seja retirado o monumento do local para restauração, em 15 dias no máximo, ou um projeto pelo artista de restauração no local, sendo acompanhado e analisado pelo setor de engenharia da Prefeitura. O estado em que se encontra, já passa a oferecer risco às pessoas que passam perto, ou aquelas que querem registrar o momento ao lado do monumento.
Agora, o presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Manhuaçu, Fabrício Santos estará encaminhando o Boletim de Ocorrência, laudo técnico e a decisão do Conselho ao Departamento Jurídico da Prefeitura, nesta quarta-feira,06, para analisar, dentre outras, a proposta do conselho que é haja a interdição do local, além do escoramento do monumento.
Eduardo Satil / Cidade Total