Editada pela LTr, a obra aborda os efeitos, no íntimo do empregado, dos métodos utilizados pelas empresas com o objetivo de atingirem as metas estabelecidas.
Partindo da análise do trabalho humano, desde a sua origem, a autora mostra que o esgotamento do processo produtivo “taylorista/fordista”, no início dos anos 70, fez emergir no ocidente “o chamado modelo japonês, ou toyotismo,” como forma de reestruturação produtiva introdutora de “novos conceitos, métodos e processos, em busca de qualidade e produtividade totais”, com o objetivo de recuperar o capitalismo em crise, fazendo retornar ao centro de dominação e exploração o ser humano que vive do trabalho.
Paula Cristina destaca no livro que num ambiente de empresa enxuta, inserida num mundo em constante avanço tecnológico, o trabalhador, já afetado psicologicamente pelo fantasma da dispensa, sofre também constrangimentos de toda ordem para intensificar ao máximo o trabalho a fim de alcançar as metas traçadas unilateralmente pelo empregador em busca da produtividade total e da maior lucratividade.
DEBATE
O evento foi aberto pelo Presidente da Sociedade Educacional Breder Lopes, mantenedora da Fadileste, Dr. José Paulo Hott, e recebeu a presença de professores da faculdade, do Promotor de Justiça Kepler Cota Cavalcante, do Prefeito de Manhumirim Ronaldo Lopes e do membro da Academia de Letras de Manhuaçu Dr. Paulo Roberto Magalhães Alves.
Na palestra que proferiu, Paula Cristina salientou que a fiscalização tradicional do empregado por parte do empregador vem dando lugar à cobrança de resultados, resultando num ritmo de trabalho frenético, prejudicial à saúde; que, assim, o trabalhador fiscaliza a si mesmo, podendo ser fiscalizado também por seus colegas, no caso de estabelecimento de metas por equipe. Ressaltou também a professora que muitas empresas adotam o sistema de metas como mera estratégia, mas que outras implantam a ideologia da adoração, fazendo com que o empregado a ame e fique inteiramente à disposição dela, para cumprir os objetivos almejados.
O professor e Mestrando em Direito Processual, Ricardo Machado Alvarenga, foi o debatedor durante o lançamento do livro na Fadileste. Ele destacou a qualidade e ineditismo da obra que, apesar de se basear no Direito do Trabalho, constitui-se num material muito bem estruturado para o campo empresarial.
Paula Cristina respondeu questionamentos de participantes e autografou exemplares do livro durante a noite de lançamento.
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
A obra foi lançada também no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, por meio do projeto Leis & Letras, da Escola Judicial e da Biblioteca Juiz Cândido Gomes de Freitas.
Presidindo o evento em Belo Horizonte, o desembargador Luiz Otávio Linhares Renault, diretor da Escola Judicial, falou da satisfação de lançar um livro tão importante pelo seu teor jurídico e por enfrentar tema tão palpitante nos dias atuais.
Destacando a importância da obra, a juíza do trabalho Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, titular da 3ª VT de Juiz de Fora, que atuou como debatedora, mostrou resultados de pesquisas apontando o crescimento do número de trabalhadores incapacitados por doenças psíquicas, elucidando que, para a OMS, saúde compreende bem estar físico, mental e social. Carlos Henrique Cruz - 27/08/09 - 18:12 - portalcaparao@gmail.com