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Músicos esbanjam talento e sonham com Banda de Música em Manhuaçu

31/10/2023 - Atualizado em 01/11/2023 07h12

MANHUAÇU (MG) - A música e a emoção sempre foram os motivos para três músicos de Manhuaçu, que não medem esforços, para estarem dando um tom a mais em eventos importantes que acontecem na cidade. Recebem convites e se preparam para cada apresentação, além da alegria interior dos amigos, Tenente João Anastácio da Silva, Sargento Waldir Lino e Soldado Tupini Machado, fazem a diferença nas apresentações. Os três são músicos do Quadro de Reserva da Polícia Militar de Minas, participam de concertos, arranjos, produção e composição de hinos. No dia 17 de outubro, eles foram responsáveis pela execução do Hino Nacional, na inauguração da sede própria da Vara do Trabalho de Manhuaçu, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, e contagiaram a todos.

O Tenente João Anastácio da Silva Neto, natural de Barra Longa conta que, o seu contato com a música se deu em 1965. Era bem jovem e, o seu pai, maestro Afonso Emiliano da Silva, era o responsável pela Banda União Municipal São José, registrada em 1850, sendo considerada a mais antiga do Estado. Sempre passava as primeiras orientações e conhecimento, sobre o mundo musical. Foi tomando gosto pela música e, em 1976, aos 24 anos decidiu ingressar na PMMG. No 11º BPM tocava Trombone, Flauta e tornou-se maestro entre 2002 a 2005, responsável pela regência da Banda de Música do Batalhão.  Em 2006 foi transferido para a reserva, mas continuou o trabalho com projetos voltados para o lado social, além de desenvolver projeto de criação de banda musical nas cidades de Alto Jequitibá, Rio Doce, Manhumirim, Ponte Nova e foi Professor da Escola de Música Clovis Dornelas (Maçonaria /Manhuaçu). Teve participação em vários encontros nas cidades de Divino, Espera Feliz e Urucânia, que deixaram boas lembranças. Foi o responsável pelo arranjo do Hino, em homenagem ao município de Lajinha e convidado a compor o Hino do município de Luisburgo. “O trabalho com a música me encanta. Não quero parar tão cedo, pois, a música faz bem à nossa alma”, destaca o maestro Anastácio.

O mesmo caminho trilhou o Sargento Waldir Lino de Andrade. Veio de Inhapim e ingressou na PMMG em 1966: Depois do período da escola de formação (Recruta) foi convidado a participar da Banda de Música. Sargento Vicente aplicou-lhe uma prova prática, para saber a aptidão para a música e, depois de integrar a Banda de Música permaneceu durante todo o tempo, chegando a ser Maestro por alguns anos. Na corporação permaneceu até agosto 1992, mas nunca deixou de trabalhar com música e pela música. Após a reforma na PMMG continuou tocando em bailes, casamentos e servindo toda semana na Igreja Católica, na execução de seu saxofone.

Esse ano teve a honra de voltar a usar a farda, para participar dos ensaios da Banda do 11º BPM, para o evento dos 60 anos da Unidade, além do concerto realizado na Excalibur, com a Banda do 11º BPM, que faz parte da vida do músico veterano. “Minha dedicação pela música vem desde os meus 10 anos de idade. Hoje, aos 80 anos continuo tocando e encantando as pessoas. Agora participo da formação da banda de música da Casa de Cultura”, explica Sgt. Valdir.

Para o Soldado Alcino Tupini Machado (Tupini), a música representa tudo. Desde maio desse ano, trabalha no projeto da Banda Lira Tupinense. O nome do projeto homenageia ao Maestro voluntário, Alcino Tupini Machado. Tupini nasceu em Varre-Sai (RJ), e veio para Manhuaçu para ajudar na formação da Banda de Música do 11º BPM, em 1966. Talentoso, Tupini é arranjista, compositor, letrista e músico. Começou tocando trompete, depois gaita, e saxofone. São vários arranjos para orquestra e bandas sinfônicas no cenário nacional que executam peças dele. O músico fez o arranjo do Hino do 11° BPMG, o Hino do Município de Ipanema e de São João do Oriente. Ele foi regente em Caratinga e Porciúncula. É Mestre em música pela Fundação Clóvis Salgado, pelo Polo Miracema (RJ), mestre-regente pelo projeto Banda Larga em Santo António de Pádua (RJ). Fez arranjos para Bandas do Batalhão de Itaperuna, Orquestra Sinfônica de Niterói (RJ), Banda do Exército de Macapá (AM), Banda da PMMG de Belo Horizonte, Lira Margaridense (Santa Margarida), entre outras. Tupini é autor de várias músicas e dobrados, entre elas, podemos destacar: Maestro José Carlos Ligiero, Dobrado Coronel José Pedro de Assis, Hino do 47º Batalhão, Opereta Buffa, A Cachaça e tantas outras músicas. Tupini e o Maestro Joãozinho (João Anastácio) uniram duas peças em uma com o nome de Due in Uno (Dois em Um), considerada única composição no mundo neste estilo. São responsáveis pela formação da Banda de Música da Casa de Cultura. O sonho do músico é ver uma banda de música em Manhuaçu, com todos os instrumentos, incluindo flauta doce, para enriquecer a harmonização da banda. “Quando outrora se via a banda passar. No contemporâneo, porém, não vejo e, nem ouço nenhuma banda tocar”, declama Tupini.

Para o funcionário público, Célio Tavares, os três amigos músicos demonstram afinidade com a sociedade, se realizam em suas apresentações e despertam outras pessoas a encantarem com a música. “A apresentação deles é algo que nos deixa motivados para tudo. A recente participação deles, durante a inauguração da sede própria da Vara do Trabalho de Manhuaçu, Tribunal Regional do Trabalho foi o ponto mais forte do evento. Achei muito lindo e influenciam a cidade. Eles fizeram a diferença”, elogia Célio Tavares.

Eduardo Satil

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