PIEDADE DE CARATINGA (MG) - Um prejuízo estimado em mais de 50 milhões de reais atinge em cheio os produtores de café de Piedade de Caratinga e diversas cidades vizinhas, inclusive na região de Manhuaçu. Na tarde deste sábado (09/12) um movimento foi realizado no Poliesportivo da cidade com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para o problema com a Manga Comércio de Café (MCC).
Tarcísio Marcio é um dos afetados e compartilha que seu prejuízo pessoal ultrapassa a marca dos 450 mil reais. Ele foi um dos que vendeu sua safra de café para uma empresa localizada no Sul de Minas Gerais e, até o momento, não recebeu o pagamento. Diante das dificuldades financeiras, viu-se forçado a contrair dívidas, o que resultou na redução de funcionários e atividades em sua propriedade.
“Essa empresa ganhou confiança dos compradores, que já compravam na nossa região. Nesta safra passada nós vendemos nossos cafés para estes corretores e eles repassaram para a empresa. Venceram os contratos e a empresa não pagou. Nós estamos todos sem dinheiro” disse.
De acordo com os envolvidos, as negociações com os corretores que intermediavam as vendas para a empresa ocorriam desde 2014. No entanto, neste ano, após uma grande quantidade de café ser vendida da mesma forma que nas negociações anteriores, nenhum pagamento foi efetuado. Tanto os produtores quanto os intermediários estão desesperados, sem saber como continuarão a trabalhar.
"Eu até coloquei minha casa à venda. Essa empresa conquistou nossa confiança e acabou com a vida de todos nós", afirmou um dos corretores de café que atuava na intermediação entre os produtores e a empresa.
O impacto econômico se faz sentir em toda a cidade, como destacado pelo prefeito Adolfo Bento, que ressaltou o transtorno generalizado. O comércio local também sofreu um golpe significativo, afetando setores indiretamente ligados à renda das safras de café.
"Em Piedade de Caratinga, o prejuízo totaliza 50 milhões de reais. Vamos unir esforços e buscar a justiça para resolver essa situação dos nossos produtores. A deputada Ione Pinheiro e o Pinheirinho vão nos ajudar, e na próxima segunda-feira, teremos uma reunião com o procurador do estado em busca de soluções", comentou o chefe do executivo.
A deputada Rosângela Reis também se envolveu no movimento e se comprometeu a buscar apoio em Brasília, envolvendo o Ministério Público e as polícias civil e federal. A intenção é encontrar soluções rápidas para a crise no setor cafeeiro da região.
"Já está marcada uma audiência pública em Brasília, no próximo dia 12, com a participação de diversas autoridades, incluindo a convocação da empresa para prestar esclarecimentos sobre esse calote. Isso está afetando o patrimônio coletivo do estado de Minas Gerais. O café é um símbolo de MG, e nós o defenderemos. Quem deve, tem que pagar", enfatizou a deputada.
A equipe de jornalismo continua tentando entrar em contato com a empresa exportadora de café, mas, até o momento, sem sucesso.
Com informações da TV Super Canal