A pedagoga foi morta no dia 22 de julho e o inquérito indiciou Vinícius como o responsável pelo crime. Contudo, onze meses depois da morte dela, o rapaz não foi a julgamento pelo Júri Popular ainda. “Houve nova tentativa de hábeas corpus para tirar o Vinícius da cadeia e perderam. Agora estão querendo é transferir o rapaz para a cadeia de Mar de Espanha, alegando que a família dele é de lá e os pais têm residência lá”, afirmou o advogado Reinaldo Magalhães, assistente da acusação.
Apesar dos questionamentos sobre a legislação, em momento algum foi questionado o trabalho da Polícia e nem da Justiça. “Queríamos lembrar a memória de Rubiana e despertar a todos para que esse caso não caia no esquecimento. Ele deve ser julgado aqui”, destacou o professor Flávio Almeida.
FAIXAS
Empunhando cartazes, familiares e amigos resumiam o carinho por Rubiana em suas camisas com a foto dela estampada e palavra Saudade. Por outro lado, faixas pediam que não se banalizasse a vida humana, dando a atenção que o caso requer e também clamavam por justiça.
Em frente ao Fórum Desembargador Alonso Starling, o grupo ficou parado em silêncio com as faixas. Resistentes, os pais de Rubiana falavam com dor na voz sobre o novo ato. “Não pode acontecer isso. Ele cometeu o crime aqui e tem que ser julgado aqui. Até que isso aconteça tem que ficar na cadeia daqui”, afirmou Rubens Vicente. A mãe Vera Lúcia, amparada pelos familiares e amigos, não resistiu. Reclamava a falta da filha e dizia da dor e da falta da filha.
JÚRI POPULAR
O advogado Reinaldo Magalhães tem mostrado que a sociedade cobra respostas para o caso. Ele argumenta que se todo preso aguardando julgamento começar a pedir para ir para outra cidade a cadeia de Manhuaçu vai ficar é vazia. “Eu quero fazer um alerta a população. Esse rapaz custou a ser preso, os advogados tentaram arquivar o caso e, por várias vezes, queriam solta-lo. O processo dele está aguardando para que o julgamento seja marcado. Agora os advogados dele aqui, orientados pelo escritório de Belo Horizonte, pedem para que ele seja transferido para Mar de Espanha. É justamente a cidade para onde ele fugiu quando matou a Rubiana. Querem tirar ele de Manhuaçu e depois vão querer tirar o julgamento dele daqui também. Isso não pode acontecer”, afirmou.
Ele ainda questionou que o caso tem recebido respostas rápidas. “O Ministério Público foi contrário a transferência dele, mas isso está andando muito rápido. Eu fui informado pela Polícia de Mar de Espanha de que eles já estão esperando o Vinícius. Isso não pode acontecer”, argumentou.
Para o advogado, há incoerência nas atitudes em relação ao rapaz. “Das quinhentas folhas do processo, uma cem são das tentativas de conseguir hábeas corpus alegando que ele tinha residência em Manhuaçu. Agora a história é outra de que ele tem que ser transferido para Mar de Espanha. Ele já tem privilégios na cadeia aqui, pois é o único que recebe comida de casa. Não posso admitir essa mentira que estão colocando para querer tirar ele de Manhuaçu”, reclamou.
Carlos Henrique Cruz - 23/04/07 - 09:48