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Segurança

MP denuncia vereador e mais oito por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e agiotagem

26/01/2024 - Atualizado em 26/01/2024 12h35

POCRANE (MG) - O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Ipanema, ofereceu Denúncia contra nove pessoas, entre elas o ex-presidente Câmara Municipal de Pocrane, Josemar Pinto de Freitas (Timtim). Eles são acusados da prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas e agiotagem, entre 2017 e 2023, nos municípios de Pocrane e Ipanema. Defesa afirma que há muita convicção e pouca prova. Leia a nota abaixo.

Conforme apurado em Inquérito Policial, o então presidente da Casa Legislativa de Pocrane, atualmente afastado por decisão judicial, possuía função de liderança na organização criminosa, sendo responsável pelo controle de toda operação financeira, incluindo captação dos empréstimos e realização de transações ocultas. 

Ficou demonstrado que ele se utilizava do cargo público e de sua influência local para angariar “clientes”. 

A investigação apontou também que o vereador apropriou-se, por ao menos oito vezes, de valores de que tinha a posse em razão do cargo e os desviou, em proveito próprio e alheio. Além disso, cobrou, reiteradas vezes, juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida por lei, em desfavor de quatro pessoas e uma empresa.

Entre os denunciados, encontra-se também um dos criminosos mais procurados de Minas Gerais, que estava foragido e foi preso, em setembro, no estado de São Paulo. O paradeiro dele foi descoberto durante as investigações feitas no Inquérito Policial que fundamentou a denúncia apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça de Ipanema.

Com uma pena total de mais de 73 anos de prisão, o denunciado é acusado de diversos crimes graves, incluindo homicídio qualificado, porte de arma de uso restrito, roubo com emprego de arma de fogo, restrição de liberdade das vítimas em assaltos a bancos, além de associação criminosa armada e tráfico de drogas.

Na denúncia, o MPMG pede a condenação dos denunciados pelos crimes praticados e a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo ocupado por aqueles que são agentes públicos, assim como a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de oito anos subsequentes ao cumprimento da pena.

DEFESA

Segundo a defesa do vereador Josemar, representada pelos advogados Glauco Macedo e Elias Reder Neto, a denúncia do Ministério Público pode ser resumida em "muita convicção e pouca prova".

Conforme a nota, Josemar, vulgo Timtim, é presidente da Câmara Municipal de Pocrane. Eleito e reeleito com bastante folga de votos sendo projetado (antes das prisões, por evidente) como o grande favorito às eleições de 2024, onde se cogitava seu acesso ao poder executivo, na qualidade de prefeito.

"O golpe da oposição foi simples e já está se banalizando em nosso país. Josemar tem seu ponto fraco que é a agiotagem. Tem também um irmão (Gilcimar da Silva) que é reconhecido como um dos maiores assaltantes de banco do país, mas que há anos vive em São Paulo após sua fuga da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, com o qual não mantem qualquer relação, nem mesmo o visita.

Juntaram os ingredientes acima e criaram a teoria que foi vendida para a polícia e revendida para o Ministério Público de Ipanema.

Tentam vincular Josemar ao irmão criando uma suposta organização criminosa que trafica drogas (nenhum grama de droga apreendido); uma suposta organização criminosa que comercializa armas de fogo (nenhuma arma de fogo apreendida). Uma suposta associação para o tráfico (nenhum ato de mercancia concreto a eles imputado)", afirma a defesa do vereador.

Para os advogados, o resumo da denúncia do MP é "muita convicção e pouca prova. Josemar, sua esposa e seus irmãos que estão sendo envolvidos nessa ação reafirmam sua confiança na justiça e na independência do poder judiciário que não tem qualquer compromisso com o sucesso de acusações infundadas, nem mesmo julga por pressão, ou seja, confiam no Estado de Direito e em suas regras que logo serão aplicadas comprovando sua inocência".

Redação do Portal Caparaó

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