MANHUAÇU (MG) - O Hospital César Leite, em Manhuaçu, divulgou um comunicado nesse domingo (07/04), informando que o hospital atingiu a capacidade máxima de atendimentos devido à grande demanda de pacientes.
Segundo o comunicado, a superlotação atinge tanto a urgência e emergência, quanto os setores internos do hospital. O aumento do número de casos graves que exigem cuidados intensivos foi o principal motivo da superlotação.
Em entrevista nesta segunda-feira, a diretora técnica do hospital, Dra. Daniela Alves, explicou que “com essa demanda exagerada de pacientes que chegam ao nosso pronto atendimento e no serviço de urgência e emergência, nós realmente estamos com essa superlotação. Apesar de nosso atendimento estar sendo, a gente está dando prioridade a esse atendimento, aumentando o número de leitos, número de médicos, número de enfermagem, nós não estamos dando conta de um atendimento a tempo e a hora que, às vezes, o paciente deseja”.
A médica explica que os casos de dengue tem sido um desafio constante. “A dengue, que é o nosso primeiro atendimento no momento, às vezes evolui com casos graves e são pacientes que demandam cuidado especial, porque eles veem o primeiro dia e eles costumam retornar vários e vários dias, sendo que alguns ainda precisam de internação. Ele ocupa a nossa urgência e o pronto atendimento, depois também ocupa um leito de internação dentro do hospital e também no CTI. Nós temos vários pacientes internados no CTI que complicaram por causa da dengue”, detalha.
Segundo a Dra. Daniela Alves é preciso que a população identifique os sintomas e procure assistência médica, mas não necessariamente assistência hospitalar. “Nós temos a UAI, nós temos centro de hidratação e os PSFs, as pessoas deveriam procurar a gente quando realmente precisar de uma assistência mais especializada, para tentar não sobrecarregar o sistema. Nessa época agora, começam a chegar os casos de bronquiolite, que são infecções nas crianças pequenas. E como vocês sabem, nós não dispomos de leitos de UTI pediátrico. Então acaba que isso vai sobrecarregar ainda mais o nosso sistema. Começaram a chegar algumas crianças precisando de suporte com oxigênio e até vaga de UTI”, pontuou.
O médico infectologista, Dr. Thiago Heringer, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do HCL, também detalhou que a dengue tem um histórico de pico em março e abril. “Nós estamos experimentando agora o efeito de uma imunidade que está tendo uma quebra agora por conta de infecções passadas, talvez por reintrodução de novos sorotipos, mas de um modo geral a epidemia da dengue tem seu pico geralmente em março e abril por conta da sazonalidade das chuvas. Geralmente, em maio, nós costumamos ter já uma queda desses níveis”.
Sobre o tratamento, o médico explica que “é imprescindível que haja uma hidratação vigorosa para que não haja um desequilíbrio do nosso líquido dentro do vaso sanguíneo, que a gente chama de volemia. As indicações de internação são sempre muito precisas e basicamente quando o paciente apresenta sinais de alarme”.