MANHUAÇU (MG) - Em um movimento pacífico, integrantes da Polícia Civil da região de Manhuaçu se juntaram a todos os outros do estado no movimento que busca a recomposição das perdas inflacionárias e também do número de policiais civis para seguirem trabalhando em favor da sociedade.
A manifestação aconteceu na frente da 6ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Manhuaçu com a participação de policiais civis da região, na tarde desta terça-feira, 21/05.
O Delegado de Polícia Civil, Henrique Rabelo, explicou que a mobilização é para chamar atenção da sociedade para o problema enfrentado pelas forças de segurança. “Movimento da Polícia Civil em todo o estado, bem como as outras forças de segurança, que visa demonstrar para a população o que os policiais civis, bombeiros, policiais militares, agentes socioeducativos e policiais penais estão passando. Nós amarguramos, nos últimos sete anos, com a ausência de reposição das perdas inflacionárias, por parte do governo estadual. E com esse descaso do governo mineiro, que não tem dialogado com a gente, através dos sindicatos, a gente vai chegando em um momento que fica sem saída até deliberar de uma forma, para viabilizar ter esse diálogo”, pontuou.
ESTRITA LEGALIDADE
Os representantes do movimento pretendem vão adotar o regime de estrita legalidade para pressionar o governo de Romeu Zema (Novo) a conceder recomposição salarial de índice maior que os 3,62% atualmente propostos. Na estrita legalidade, os policiais civis, bem como as outras forças de segurança, cumprem à risca o que está determinado na lei. A avaliação de representantes da categoria é que a adoção do modelo impactará nos serviços prestados à população, uma vez que, segundo eles, não há efetivo suficiente.
“Hoje a Polícia Civil tem um efetivo geral em Minas Gerais de aproximadamente dez mil servidores e o previsto, se não engano, são dezessete mil homens. Cada um trabalha por três ou quatro a mais. Então a gente não tem o reconhecimento do que acontecer? A gente não tem direito como os trabalhadores normais, horas extras, adicionais de periculosidade, adicionais noturnos. Buscando dessa forma o reconhecimento por parte da população e do Governo para abrir os olhos para adequar essa questão da recomposição salarial da segurança pública”, destacou o Dr. Henrique Rabelo.
O perito da Polícia Civil, José Gouvêa, explica que “sempre trabalharam com um quantitativo de pessoas aquém do que é previsto em lei. Isso sobrecarrega os policiais. Estamos há sete anos sem recomposição e trabalhando a mais para atender a toda a demanda, sem a estrutura necessária e que está prevista em lei. A principal missão da Polícia Civil é prestar serviços de investigação criminal direcionando seus trabalhos para a justiça criminal. E para você realizar essa atividade profissional, você precisa, de recursos logísticos, de viatura, precisa de equipamentos, mas você precisa de recursos humanos. E é da essência do serviço público, a população precisa saber disso, da prestação de serviço, que o maior elemento capaz de prestar o serviço é o ser humano, é o servidor público. É ele que deve ser valorizado. Só que hoje nós estamos aqui alertando a população dos graves problemas que a Polícia Civil vem acumulando”.
Além da defasagem de servidores, Gouvêa explica que “juntando a todos esses problemas, agora nós estamos vivendo uma defasagem no salário. Então, hoje, o policial que está em início de carreira, ele está ganhando o mesmo valor do ano de 1997, quando aconteceu aquela greve com uma tragédia. A Polícia Civil passa por graves problemas ligados a recursos humanos e o servidor público, aquele que é o mais importante na prestação de serviço, trabalha desmotivado porque o seu salário está defasado e está fazendo jornadas de três ou quatro”.
Jailton Pereira - Carlos Henrique Cruz / Portal Caparaó