POCRANE (MG) - Uma operação da Polícia Civil para apurar supostas práticas de compra de votos e coação eleitoral foi realizada neste sábado (5) em Pocrane. Um empresário, de 41 anos, foi preso em flagrante. Além disso, os policiais apreenderam cerca de R$ 25 mil e armas.
Segundo a PCMG, a ação foi denominada “O futuro começa agora” e que contou com o apoio da Polícia Militar. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas casas de pessoas suspeitas de envolvimento com os crimes apurados.
Ainda conforme a polícia, na residência do empresário, que é natural de Pocrane, mas tem negócios no Espírito Santo, foram apreendidas três armas, R$ 25 mil e material de campanha eleitoral, como camisetas e santinhos. Um policial militar do ES que atuava como segurança do empresário também estava no local.
Conforme a PC, como uma das armas localizadas no imóvel não tinha registro, o empresário foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. As demais armas, inclusive a do policial, foram apreendidas pela suspeita de estarem sendo usadas para coagir eleitores de adversários políticos.
Em outra casa, de um casal suspeito de ser responsável pelo aliciamento ilícito de eleitores mediante pagamento, foram recolhidos mais de R$ 10 mil.
“As evidências reforçam as suspeitas de envolvimento dos investigados em esquemas de compra de votos, utilizando recursos financeiros e possíveis meios de coerção, incluindo a atuação de agentes de segurança fora de sua jurisdição, o que será objeto de apuração detalhada. As investigações seguem em curso com o objetivo de esclarecer os fatos e delimitar responsabilidades.”
NOTA DA DEFESA
A defesa do empresário Marcelo Pereira da Silva emitiu nota de esclarecimento neste domingo, 06/10, sobre a operação realizada em Pocrane, neste sábado, pela Polícia Civil e Polícia Militar.
Segundo a nota, Marcelo “foi preso ontem em Pocrane, após a Polícia Civil de Ipanema invadir sua casa, sob a alegação de posse de arma de fogo sem registro (art. 12, Estatuto do Desarmamento) e receptação (art. 180, CP). Apesar de não haver registro de furto ou roubo da arma, Marcelo foi indiciado por receptação devido à ausência de documentação.
Marcelo é primário, tem endereço fixo, trabalho lícito e é envolvido na política, o que o tornou alvo de denúncias anônimas por compra de votos, sem, contudo, haver qualquer prova ou notícia formal sobre isso.
A defesa questiona o indiciamento por receptação, pois a falta de documentação da arma caracteriza a posse irregular, não justificando a dupla imputação, configurando possível bis in idem. Além disso, considera que houve um excesso na ação policial para justificar a prisão em flagrante e o pedido de prisão preventiva, posteriormente revogada pelo juiz de plantão”.
A nota assinada pelos advogados Glauco Macedo – OAB/MG 107.331 e Elias Gaz Reder Neto – OAB/MG 103.487 ainda reforça que “Marcelo condena o abuso de poder praticado por uma minoria dentro da Polícia Civil, reforçando sua confiança no Judiciário”.
Michelly Oda, g1 Vales de Minas Gerais e Redação do Portal Caparaó