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Estudo do UNIFACIG revela situação de rua em Manhuaçu e propõe políticas públicas inovadoras

21/11/2024 - Atualizado em 21/11/2024 19h04

MANHUAÇU (MG) – Um diagnóstico inédito sobre a situação de rua no município de Manhuaçu foi apresentado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Situação de Rua (NESPSR) do Centro Universitário UNIFACIG, em parceria com alunos do curso de Medicina. O levantamento foi realizado entre agosto e setembro de 2024 e identificou 53 pessoas em situação de rua, distribuídas em 18 pontos de concentração na cidade, com estimativas de que esse número possa variar sazonalmente entre 53 e 80.

O estudo revelou perfis detalhados dos moradores em situação de rua, destacando fatores como extrema pobreza, dependência química e trabalho informal. Segundo o professor Igor de Sousa, coordenador da pesquisa e responsável pela disciplina de Atividade Extensionista do curso de Medicina, os dados já foram encaminhados à Prefeitura e à Câmara Municipal de Manhuaçu para embasar a formulação de políticas públicas.

“O diagnóstico será essencial para que a sociedade e os agentes do Estado tenham a percepção sobre como atuar e que tipo de políticas públicas criar para a situação de rua. Sem diagnóstico, não existe tratamento ou solução mágica”, ressalta o professor.

Principais achados da pesquisa

Perfil dos moradores: 26,1% vivem permanentemente nas ruas, 30,4% alternam entre casa e rua devido à dependência química e 21,7% utilizam a rua como meio de sustento, principalmente em trabalhos informais.

Saúde e segurança alimentar: 60% dos entrevistados relataram problemas de saúde não tratados, e o acesso à alimentação é mais crítico entre aqueles que vivem permanentemente nas ruas.

Exposição à violência: 60% dos moradores permanentes relataram episódios de violência física, enquanto a violência patrimonial afeta 80% deste grupo.

Diretrizes propostas

O estudo apresenta recomendações práticas, como:

Criação de redes intersetoriais para tratamento de dependência química;

Reformulação dos albergues, priorizando a individualidade e a higiene;

Ampliação do acesso à saúde, independentemente de documentação;

Campanhas educativas contra a esmola e a exclusão social;

Capacitação profissional para inclusão no mercado de trabalho.

“Este trabalho é um marco para a formulação de ações concretas que possam transformar a realidade dessas pessoas. Nossa expectativa é que os dados gerem impacto positivo em curto e longo prazo”, conclui Igor de Sousa.

A pesquisa do UNIFACIG reforça o compromisso da instituição com a responsabilidade social e a promoção de mudanças estruturais na comunidade. O estudo está disponível para consulta pelas autoridades locais e organizações interessadas em colaborar na implementação das diretrizes propostas.

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