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Conilon de altitude e sem defensivos: ele existe e produz muito!

28/02/2025 - Atualizado em 28/02/2025 08h49

DOM CORRÊA / MANHUAÇU (MG) - Se alguém dissesse que está plantando conilon e robusta a 1.200 metros de altitude, sem usar defensivos ou irrigação, numa área de vento forte e com temperatura de até 5°C no inverno, você acreditaria que daria certo?

Nessas condições, Fabiano Diniz, produtor de Manhuaçu, região das Matas de Minas, plantou, em 2023, canéfora e hoje está colhendo os frutos. “Todo mundo duvidou quando comecei”, revela Diniz.

A decisão foi tomada após anos de experiência com arábica. Ele, que já ganhou vários prêmios nacionais de qualidade, exporta cafés especiais para diversos países da Europa.

A propriedade abriga uma grande diversidade de variedades de café, incluindo cultivares da Indonésia, Nicarágua, Colômbia e Panamá. No entanto, o foco recente tem sido o conilon e o robusta, com o plantio de sete variedades capixabas e três amazônicas.

Conilon de altitude

O manejo adotado por Fabiano é totalmente livre de agrotóxicos, com a natureza desempenhando o papel de controladora de pragas. A presença de larvas predadoras de cochonilhas, por exemplo, demonstra a eficácia do sistema.

Segundo Diniz, a floração e o pegamento dos frutos superaram as expectativas, com resultados superiores aos de áreas irrigadas do Espírito Santo.

Ele observou que as plantas têm uma menor incidência de brotos devido ao clima frio da região, dispensando a necessidade de desbrota. A área tem temperaturas médias anuais entre 17°C e 20°C (verões com máximas de 26°C e invernos com mínimas de até 5°C).

Além disso, por ser um local muito alto, há alta incidência solar. O solo é rico em matéria orgânica e a terra tem microbiota diversificada, já que ele aboliu o uso de defensivos.

A propriedade tem 30% de área preservada e os cafés estão plantados próximo às matas, que abrigam uma diversidade de predadores para as principais pragas que destroem os grãos.

Com 500 pés de conilon já em produção, Diniz planeja expandir o cultivo, plantando mais cinco mil pés este ano. A expectativa é que a produção inicial alcance cinco sacas, com grãos de alta qualidade.

“Comecei arriscando, não sabia que iria produzir”, confessa Fabiano, que agora vê bons ventos para o conilon em sua propriedade, com o objetivo de produzir café canéfora especial.

Fernanda Zandonadi / Conexão Safra

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