CARATINGA (MG) -A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou nesta segunda-feira (24) a operação “Forasteiros”, que apura fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos na Prefeitura de Caratinga. Os contratos investigados somam quase R$ 40 milhões. A ação resultou no cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária.
Segundo a investigação, uma organização criminosa teria se instalado na administração municipal, com a participação direta de um assessor do Executivo. O grupo direcionava contratos públicos para empresas previamente escolhidas, com o objetivo de desviar dinheiro do erário.
Estão sob investigação dois contratos considerados fraudulentos: um firmado com uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), no valor de R$ 17.969.710,00; e outro, de natureza emergencial, com uma cooperativa de transporte, no valor de R$ 20.547.180,00. De acordo com a Polícia Civil, ambos os acordos foram direcionados para favorecer integrantes do esquema criminoso.
O líder do grupo, mesmo sem vínculo formal com a cooperativa contratada, detinha uma procuração que lhe concedia amplos poderes sobre a entidade. A procuração foi lavrada ainda durante o período eleitoral, o que levanta suspeitas de um acordo prévio com o grupo político vencedor das eleições.
Logo após o pleito de 2024, o investigado abriu uma conta bancária em nome da cooperativa, em Caratinga, como preparação para o recebimento dos valores contratados. A investigação também aponta movimentações financeiras suspeitas entre OSCIPs e transferências vultosas entre seus dirigentes.
A operação contou com o trabalho de 77 policiais civis de várias regiões do estado, com ações realizadas também em Ubaporanga, Ipatinga, Santana do Paraíso, Belo Horizonte, Mateus Leme, Betim e Juatuba.