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Vacinas de H1N1 vendidas em farmácia eram falsas

14/04/2010

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou na segunda-feira que são falsas as doses da vacina contra a gripe suína comercializadas por uma farmácia de Dom Cavati, no Vale do Rio Doce. A Polícia Federal investiga a suposta distribuição do produto em outras cidades da região. Na sexta-feira, o dono da farmácia, Adailson Louzada Melo, e uma farmacêutica, que não teve o nome revelado, foram detidos pela PF, que cumpriu mandado de prisão expedido pela 2ª Vara Criminal de Governador Valadares.

Eles vão processados por crimes de falsificação de medicamento, com pena que pode chegar a 15 anos de prisão, e de venda de medicamento em desacordo com a regulamentação, cuja detenção varia de 10 a 15 anos. A farmácia teria recebido a vacina de um distribuidor de Governador Valadares.

“Por enquanto, a denúncia é localizada, mas a PF e a Anvisa estão apurando o caso”, informou o delegado Cristiano Campidelli, que não revelou em quantas cidades há suspeita de venda de vacina falsa. Adailson e a farmacêutica foram ouvidos na sede da PF de Valadares na noite de sexta-feira e depois levados para a cadeia. Outras pessoas devem ser depor ainda essa semana. Os remédios comercializados seriam supostamente produzidos pelo laboratório Sanofi Pasteur, fornecedor do Ministério da Saúde (MS). Porém, as doses eram vendidas em embalagem diferentes das distribuídas pelo governo federal, o que levantou suspeitas dos moradores da cidade.

A assessoria do laboratório divulgou nota informando que a prioridade é atender a demanda do setor público pela vacina H1N1, por meio do Instituto Butantan. O laboratório também informou que não comercializa a vacina H1N1 contra a gripe A para o mercado privado.

A PF vasculhou a casa em Governador Valadares onde supostamente funcionava a distribuidora, mas o responsável e as doses da vacina não foram encontrados. No local funciona um bar, administrado pela ex-mulher do distribuidor das vacinas. A polícia quer descobrir onde foram adquiridas as doses doses. “O distribuidor disse que havia vendido a mesma vacina para outras farmácias da região e que o medicamento tinha boa procedência”, alegou Adailson Louzada.

Cada dose era vendida em Dom Cavati por R$ 39. Oito pessoas teriam comprado a vacina, distribuída gratuitamente no posto de saúde da cidade. A prefeitura recebeu do Ministério da Saúde 570 doses para grupos de risco. A farmácia foi interditada por agentes da Anvisa. Se forem comprovadas as irregularidades, o dono pode ser multado.

Daniel Antunes - Portal Uai
 

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