Houve promessas de entidades conservacionistas e até dos governos municipal, estadual e federal, mas passados 22 anos, a área continuava particular e sujeita às intervenções do homem. Com a extinção do ecossistema florestal, o Mono-carvoeiro estava seriamente ameaçado. É aí que entra a iniciativa da Mineração Curimbaba. Depois de duas décadas de conflitos, espera e promessas políticas, a empresa toma a iniciativa e investe na preservação da área e criará a RPPN que realmente dará sossego ao Muriqui.
A empresa deu o primeiro passo para a criação da RPPN com a aquisição da antiga fazenda localizada na região da cabeceira dos rios Sossego e Rio Preto. O investimento de 250 mil reais garante a preservação de uma área que esteve ameaçada justamente pela extração de madeira.
A reserva Sossego do Muriqui abriga um rico ecossistema. São dezenas espécies de aves, jacarandás, cedros, jequitibás, ipês, braúnas e perobas, além de mamíferos, como a jaguatirica, o sagüi-da-serra, macaco prego, o sauá, onça parda e o mais ilustre habitante: o Mono-Carvoeiro ou Muriqui, o maior macaco das Américas. Além da riqueza da fauna e da flora, a reserva adquirida pela Mineração Curimbaba guarda nascentes de córregos que formam importantes rios do município de Simonésia.
Entre as estratégias de desenvolvimento sustentável, a Curimbaba se compromete com a proteção de vastas áreas verdes. Em sua trajetória, a empresa já tem o compromisso de preservar a natureza através de projetos que garantem a manutenção da vida em relevantes ecossistemas.
MATA ATLÂNTICA
A Reserva Sossego do Muriqui está inserida num dos mais importantes ecossistemas do mundo em termos de biodiversidade. Essa privilegiada situação será mantida graças à determinação da Mineração Curimbaba em conservar e preservar, para as atuais e futuras gerações, uma das últimas áreas contínuas da Mata Atlântica em Simonésia.
Para se avaliar a importância da reserva é preciso retornar no tempo, à época do descobrimento do Brasil. Quando aqui chegaram os primeiros colonizadores, o litoral brasileiro era coberto por um mar verde formado por árvores majestosas e habitado por centenas de espécies de animais. A Mata Atlântica estendia-se por 3.500 quilômetros de comprimento, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.
Acontece que a floresta se situava justamente ao longo do litoral, área que os primeiros colonizadores e seus descendentes escolheram para viver. Ao longo dos anos, a floresta pagou o preço do progresso: hoje, está reduzida a 4% de seu tamanho original.
A Mata Atlântica é hoje um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. Algumas espécies que nela viviam, praticamente já não existem mais. Outras, como o Muriqui, estão ameaçadas de extinção, num processo cada vez mais veloz. Como já defendiam os ambientalistas que descobriram o macaco em Simonésia, o Muriqui precisa de sossego e agora terá todo o espaço preservado.
Para o ambientalista Eduardo Bazém, a Mineração Curimbaba dá um verdadeiro presente para Simonésia e para o Meio Ambiente. “Essa é uma luta de mais de 20 anos. Nessa área mesmo, já lutamos em 1997 para impedir uma serraria de extrair madeira ali e outras invasões com o objetivo de desmatar para cultivar lavouras de café. Agora, estamos mais esperançosos de que o futuro dos muriquis estará garantido naquela grande reserva”, comemora.
MURIQUIS
O maior macaco das Américas impressiona pelo seu porte, mas estão nas relações sociais – sempre amistosas e cheias de afeto – as verdadeiras virtudes do ilustre habitante da floresta em Simonésia.
Eles medem até 1,5 metro de comprimento, jamais brigam ou são agressivos. Pelo contrário, demonstrações de carinho entre indivíduos de qualquer sexo ou idade são corriqueiras. É comum observar vários animais em um mesmo galho, suspensos pela cauda forte.
A presença do Muriqui só é possível em áreas preservadas como a nova reserva da Curimbaba. Com uma dieta vegetariana, eles precisam da proteína das folhas e os açúcares de frutos e flores da Mata Atlântica. Ao mesmo em que se alimentam, eles agem em favor da floresta. São polinizadores e dispersores de sementes das árvores.
PESQUISA
A reserva Sossego do Muriqui também tornar-se-á um pólo difusor para programas de preservação e conservação dos recursos naturais e para estudos sobre o mono-carvoeiro e outras espécies. A intenção da empresa é investir em educação ambiental, mas também incentivar as pesquisas na sua área.
“Os carismáticos primatas da reserva florestal cada vez mais estudados, ficarão mais protegidos”, afirma o consultor da Mineração Curimbaba, Francisco Portes. Ele explica que a empresa quer evitar a entrada de exploradores na área: “Nós acreditamos que o local será uma fonte de trabalhos importantes, mas até para preservar a fauna e flora ali existentes vamos iniciar procedimentos, a exemplo dos parques florestais, para garantir a preservação da mata”.
A Mineração Curimbaba entra em definitivo na luta pela preservação do Muriqui. A partir de agora, pesquisadores que desejarem realizar pesquisas científicas ou continuar trabalhos na nova reserva deverão estar identificados e ter a autorização da empresa. “Elaboramos um termo de responsabilidade, nos moldes do que o Ibama utiliza, para evitar que a mata seja destruída. Nossa intenção nunca é impedir a pesquisa, mas mostrar o que o pesquisador pode e o que não pode na reserva, ainda mais com um ambiente tão frágil como aquele”, explica Portes.
A empresa mostra mais uma vez que desenvolvimento e preservação podem andar juntos. Com iniciativas como a da Mineração Curimbaba, a população pode ter um futuro bem mais verde. “Definitivamente nessa reserva, o Muriqui terá o sossego de que ele precisa para a perpetuação da espécie de forma tranqüila”, finalizou.
Carlos Henrique Cruz - 25/02/07 - 08:53
Fotos Carlos Povoa e Eduardo Bazem
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