O sonho da carioca Elizabeth Palmon de comemorar 65 anos no Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó, virou pesadelo na manhã de sábado. A mulher, que pesa mais de 100 quilos e usa marcapasso, passou mal ao chegar a 2.376 metros de altitude, em meio a neblina, e não conseguiu voltar. Ela estava com dois amigos profissionais de educação física e uma médica.
Bombeiros de Manhuaçu e brigadistas do parque gastaram mais de cinco horas para resgatar Elizabeth, em macas especiais, pois o helicóptero não conseguiu pousar no local.
O diretor do parque, Estevão Marchesini, conta que Elizabeth levou cinco amigas e dois amigos para comemorarem seu aniversário e ficaram hospedados numa pousada da região. Mas ela queria soprar as velas num local conhecido como Terreirão, a 4,5 quilômetros da Tronqueira, último ponto de acesso a veículos. O bolo já tinha sido levado na sexta-feira e deixado numa cabana de pedra. “Só que ela não comentou com ninguém do parque que tinha problemas de saúde”, disse Estevão. Os médicos que a acompanhavam serão ouvidos pela polícia. Ela começou a caminhada às 14h de sexta-feira e o pedido de socorro foi às 9h30 de sábado. Só para se ter uma idéia, foram 10 horas para ela percorrer o trecho que normalmente é feito em duas horas pelos aventureiros. O resgate gastou quase seis horas para traze-la até a tronqueira – último ponto com acesso de veículos.
Em período de lua cheia, o parque chega a receber centenas de pessoas. Durante as férias escolares, são registradas 1,2 mil visitas de sexta-feira a domingo. “Não temos como avaliar o estado de saúde das pessoas”, disse o diretor.
O Parque Nacional do Caparaó foi criado em 24 de maio de 1961. A área abriga o terceiro pico mais alto do país, o Pico da Bandeira. Em 1859, dom Pedro II determinou que fosse colocada uma bandeira do Império no pico mais alto da serra. 31/07/07 - 08:04 - portalcaparao@gmail.com