Afonso Maria Rocha abriu a segunda apresentação |
Qualidade, governança, comercialização e identidade são os quatro pilares da nova etapa do Projeto Foco Competitivo para o reforço da competitividade do café produzido nas Matas de Minas. O programa é desenvolvido na região pelo SEBRAE-MG, Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais com a participação de várias entidades e parceiros locais.
Durante os últimos três meses, os técnicos do projeto estudaram o mercado e buscaram conhecimento sobre as tendências e a demanda. Além de entrevistas com os principais envolvidos no segmento café nacional, uma missão viajou até Seatle, Los Angeles e New York, nos Estados Unidos. O objetivo foi conhecer a visão do mercado com relação aos cafés produzidos nas Matas de Minas e levantar o que o mercado internacional busca.
Entre as informações, o grupo técnico percebeu um grande desconhecimento dos cafés da região e pontuou estratégias que precisam ser pensadas na terceira fase para corrigir essa distorção. “O café da região tem qualidade, mas isso aos nossos olhos. Só que não interessa o que nós achamos do nosso café. Num trabalho dessa natureza, avaliamos como o mercado comprador está percebendo o nosso café. O marketing que precisamos fazer no café das Matas de Minas é que essa qualidade, que já temos, seja percebida pelo mercado. Isso vai permitir que o mercado compre mais café da região”, destaca o Diretor Superintendente do SEBRAE-MG, Afonso Maria Rocha.
São três momentos de formatação do projeto. A primeira reunião, em julho, teve como objetivo entender como funcionava o negócio café no mundo e como a região estava inserida. Depois disso, o grupo técnico passou a estudar algumas hipóteses e a validar. “Demos uma ênfase grande nos compradores, tanto no mercado interno quanto no externo. Fomos aos Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo”, conta Rogério Gallupo.
QUALIDADE E IDENTIDADE
O mercado externo, bem como o interno, está valorizando a qualidade, mas isso está se tornando senso comum. É uma obrigação ter qualidade. O levantamento tratou de um item novo, chamado de xícara de café diferenciada. As pessoas estão buscando coisas diferentes e querem contribuir para a sociedade. A questão da identidade do café com a região é o ponto mais destacado entre as conclusões da segunda etapa.
“Para construirmos essa referência precisamos desenvolver a identidade da região. O café das Matas de Minas tem que ser conhecido no mundo por sua qualidade e por sua história, diferenciais e vantagens. Selecionamos alguns elementos que serão trabalhados a partir desse segundo encontro. Esse é um trabalho orientado pelo SEBRAE, mas que tem como elemento fundamental o produtor, pois ele é quem vai ajudar a fazer essas escolhas e definir o rumo que o setor vai tomar”, reforça Cláudio Wagner, um dos técnicos à frente do projeto.
Segundo Afonso Maria Rocha, a partir desta semana, grupos temáticos vão atuar sob os quatro pilares estratégicos a fim de definir ações para os próximos quatro anos. “Melhorar a qualidade, mas também trabalhar a construção da imagem desse produto nos mercados americano e europeu para que eles possam perceber essa qualidade e assim comprar mais do produtor local. É esse reforço que o projeto quer garantir”, argumenta Afonso Maria Rocha.
Rogério Gallupo apresentou os resultados da segunda etapa |
A terceira e última apresentação está marcada para novembro. É nela que serão demonstradas as conclusões e ações sugeridas pelos grupos que trabalharam com base nas quatro estratégias definidas na segunda etapa.
Depois de seis meses de estudos e levantamentos, o projeto estará finalmente pronto e começará a ser aplicado nos próximos quatro anos para alavancar a competitividade do principal setor econômico da região.
Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com