A vingança no ramo dos motéis, como o crime ficou conhecido, começou em outubro de 2003, quando Fábio Figueiredo foi morto sob circunstâncias misteriosas no interior do Cascata Motel, em Reduto. O crime nunca foi esclarecido, mas a sociedade comentava a raiva da família Figueiredo contra Batista, dono do Bis Motel, principal concorrente do Cascata, inaugurado meses antes do crime.
Em 6 de fevereiro de 2004, quatro homens armados chegaram numa moto e num Pálio e mataram João Batista Biassi com dez tiros no ponto de ônibus de Realeza. Batista esperava a lavagem de seu caminhão.
Uma semana depois do crime e com várias suspeitas recaindo sobre a família, José dos Reis foi até a delegacia e confessou o homicídio. Ele assumiu tudo e inocentou o pai e o tio.Disse que contratou três pistoleiros no litoral do Espírito Santo e cada um recebeu dois mil reais pelo serviço. Ele garantiu que não tinha nomes e nem contatos com os capixabas.
PRISÃO DE PINTA ROXA
A morte de João Batista Biassi teve novos rumos com a confissão, no dia 8 de julho de 2004, do vaqueiro Sebastião Clementino, 40, Pinta Roxa. Preso depois de uma longa operação policial em Taparuba, ele contou que ajudou Adílio Figueiredo, o irmão José Lourenço e o filho José dos Reis Figueiredo a matar o empresário por vingança pela morte de Fábio Figueiredo.
Sebastião contou que foi chamado por Adílio, Reis e José Lourenço (conhecido como Chega Mais) para um serviço. “Foi chegando. Mandou eu tomar um banho e precisavam de mim para fazer um troço, mas não falou que era para matar. Só disseram que era para pegar o moço e colocar no carro. Quando estava lá em Realeza que me deram a arma e disseram que era para matar ele”, explicou.
O vaqueiro que trabalhava na propriedade da família em Simonésia. Clementino confessou que eles falaram que iriam dar um dinheiro para ele, mas nunca entregaram nada e nem disseram quanto seria.
José Lourenço foi preso pouco tempo depois do crime e hoje cumpre pena em regime semi-aberto. O vaqueiro também foi julgado e condenado e está na cadeia de Mutum. Nesse intervalo todo, Adílio e José dos Reis estavam foragidos.
O Delegado Getúlio Lacerda contou que José dos Reis chegou na delegacia acompanhado do advogado e decidiu se apresentar, depois de voltar dos Estados Unidos, para responder ao processo. “Ele considerou que é melhor se explicar a Justiça do que ficar fugindo a vida toda”, afirmou o delegado. Como havia um mandado de prisão em aberto, ele ficou recolhido na cadeia pública. Adílio Figueiredo ainda não foi localizado, mas a polícia acredita que ele possa se apresentar ainda nos próximos dias.
Carlos Henrique Cruz - 15/08/07 - 13:01 - portalcaparao@gmail.com