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Café das Matas de Minas: Plano de Ação é divulgado

13/11/2010 - Atualizado em 13/11/2010 09h10
Ereni Emerick destacou o funcionamento do projeto Foco Competitivo aos participantes

O SEBRAE-MG terminou na quinta-feira, 11, a elaboração do projeto Foco Competitivo Café das Matas de Minas, desenvolvido ao longo dos últimos seis meses. Além dos parceiros locais, produtores e representantes de várias entidades ligadas ao segmento do agronegócio café, a terceira reunião de apresentação de resultados foi realizada com a presença dos representantes da Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG.

Nas duas primeiras fases, a consultoria do SEBRAE-MG levantou o perfil da região e apurou no mercado internacional como estava a imagem da região e a demanda pelo café no mundo. A terceira etapa, coordenada pelos consultores do SEBRAE-MG, Cláudio Wagner de Castro e Rogério Galuppo, com o apoio da consultora da Unidade de Acesso à Mercado e Relações Internacionais, Débora Rabelo, e das técnicas das microrregiões de Manhuaçu, Ereni Emerick, e de Caratinga, Leila Lopes.

Grupos de trabalho formados por representantes de empresas, produtores, instituições de apoio e entidades empresariais do Pólo de Café das Matas de Minas se debruçaram sobre quatro temas: identidade do café, qualidade, governança e mercado.

AÇÕES

O plano de ação foi apresentado com a participação de um representante de cada grupo. Durante a noite de quinta-feira, foram detalhadas as atividades e programas a serem desenvolvidos nos próximos dois anos.

Segundo o consultor Cláudio Wagner, a partir do mapeamento do consumo, os técnicos entenderam o que o mercado está demandando e identificaram na região um grande potencial de se inserir num novo negócio, o que foi denominado de xícara diferenciada. “A xícara diferenciada são os cafés especiais já produzidos por vários produtores e que atendem aquilo que o mercado está buscando. Já encontramos vários exemplos de cafeicultores que estão trabalhando assim e qual o motivo de não ampliar isso? Já que o mercado vem crescendo assustadoramente com a demanda por esse tipo de café, percebemos que há uma grande oportunidade para os produtores na região das Matas de Minas”, afirmou.

A questão do posicionamento foi reforçada durante a apresentação. Ninguém pode ser bom para todos e essa estratégia criar uma identidade e uma padrão dos cafés da região que vai nortear um dos programas de ação.

DEVER DE CASA

O Assessor Especial de Café da Secretaria de Estado, Bernardino Cangussu, que já foi responsável pela Regional da Emater em Manhuaçu, conhece bem o perfil dos produtores e avaliou o projeto como uma boa iniciativa. “Esse trabalho vem direcionar uma série de outros trabalhos que já foram feitos. É uma orientação para o mercado que faltava aos produtores para criar a ligação entre quem produz e quem consome o café. A partir de agora esperamos que o produtor faça o dever de casa bem feito para, quando o mercado chamar, estar pronto”.

Bernardino assinalou que as conquistas que houve na região ao longo de dez anos em termos de qualidade são fantásticas. “Nossa região era conhecida pelos cafés de má qualidade. Temos muitos cafés ruins, mas há de se reconhecer o trabalho que foi feito por pessoas e instituições. Isso, infelizmente, ainda não chegou à grande massa dos cafeicultores e aí é muito grave, quando só vemos 2% participando de algo. É meta desse trabalho aumentar a porcentagem. Não vamos ter adesão de 100%, mas precisamos ter a demonstração de que todos os produtores conseguem melhorar a qualidade”, afirmou.

Ele citou como exemplo os resultados do Programa de Certificação de Qualidade de Café – Certifica Minas. No ano que vem, o programa vai trabalhar muito a questão da gestão da propriedade. Os cafeicuultores precisam conhecer seus custos e como gerenciar a fazenda. O Certifica Minas complementa esse projeto de preparo do produtor para novos tempos na cafeicultura.

Cláudio Wagner apresentou a terceira etapa do projeto

 

Bernardino está otimista, contudo, afirma que o trabalho é demorado, difícil e exige empenho: “A região tem todas as características para aproveitar esse bom momento. Tem cafeicultores com vontade de fazer, clima, altitude, localização geográfica, é a região de maior concentração de agricultores familiares do mundo, tem um apelo ambiental sensacional com reservas e parques preservados. A região tem tudo para despontar, mas agora o produtor tem que fazer o dever de casa e ele é longo”.

A técnica do SEBRAE-MG Ereni Emerick e as entidades parceiras, a partir de agora, assumem a gerência do projeto. As primeiras ações começam a ser executadas em fevereiro de 2011 e terão, inicialmente, dois anos para serem implementadas. O programa adota estratégias de controle e avaliação para garantir o bom desempenho das quatro diretrizes.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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