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Coqueiro: Descontrole urbano

03/03/2007 - Atualizado em 09/03/2007 17h23

O problema anunciado se confirmou essa semana. Com a volta às aulas e a concentração das faculdades no bairro Coqueiro, os motoristas e pedestres começaram essa semana a sofrer com os engarrafamentos no bairro. Desde segunda-feira, com o retorno das aulas das escolas e faculdades particulares, o trânsito da Getúlio Vargas e Duarte Peixoto voltou a ter retenção, mas agora maior, em seus principais pontos. Isso porque, até o ano passado o número de faculdades, escolas e alunos era menor. Apesar das dificuldades, não há como evitar e, de certa forma reconhecer, que é motivado por um fator ligado ao desenvolvimento da cidade.

A questão do bairro Coqueiro vinha sendo anunciada há vários meses. Com a concentração das três maiores faculdades no mesmo bairro e a falta de estrutura urbana, o problema era garantido. Além das Faculdades Doctum e do Futuro, a Facig abriu seu novo campus no bairro. Somado a isso, existem a Escola do Futuro, o Colégio Anglo, a Faculdade do Saber e o Colégio Objetivo. São todas instituições particulares. Nos horários de inicio e término de aulas é comum ver os pais com carros em enormes filas e engarrafamentos disputando espaço com as vans.

Agora o caos se instala mesmo é no final da tarde. Por volta de 18:30 horas, com os vários veículos que o trânsito já tem normalmente e que passam pela Avenida Getúlio Vargas, a confusão se forma com a chegada dos ônibus, vans e carros que trazem alunos das outras cidades. É muito veículo para pouco espaço. O engarrafamento tem sido uma constante na rotina o bairro.

Mas não foi apenas chegada de mais um campus que complicou o trânsito. Todas as faculdades e escolas receberam mais alunos, afinal os vestibulares do final de 2006 garantiram a entrada de mais 300 acadêmicos nos vários cursos.

SOLUÇÃO DIFICIL

A volta gradativa daqueles que estavam em férias em fevereiro, reforçada pelo inicio das aulas na Facig virou sinônimo do trânsito conhecidamente caótico na maior avenida do bairro.

Para o Capitão Wanderson Santiago, a solução está longe de existir. O responsável pelo policiamento em Manhuaçu admite que o perfil do bairro mudou, mas a cidade não foi planejada para isso. “Sabíamos que teríamos um problema voltado para o transito. O que temos como meta agora é ir ao local e analisar o que pode ser feito para amenizar o problema. Nós admitimos que não teremos solução. O numero de veículos que levam e buscam os alunos nas escolas e faculdades e as ruas daquela região não oferecem muitas alternativas. Falar que estaremos dando uma solução definitiva para o local, infelizmente é uma coisa impossível, a exemplo do que vivenciamos em Caratinga e outras cidades que concentram faculdades”.

Para o oficial, quem puder deve evitar deslocamentos para o bairro nesse horário de início e término de aulas. Ele pede inclusive a alunos que morem perto do bairro para evitarem ir de carro.

“Em cinco anos, o bairro mudou seu perfil de uma área residencial para um centro de serviços e ensino. Nós imaginávamos a concentração e maior movimento, mas a presença das faculdades intensificou isso de uma maneira muito mais rápida e agressiva. É um problema, mas ao mesmo tempo temos que reconhecer que é fruto do desenvolvimento da cidade, como pólo que agrega pessoas de todos os municípios vizinhos. Todo crescimento, principalmente para uma cidade mais antiga como Manhuaçu, trás problemas”, destacou.

Santiago ainda adiantou que a realidade atual do Coqueiro, que já é comum no centro, vai se repetir em outras áreas. “A cidade não foi projetada para isso. Vamos ter problemas em outros bairros, pois, todos os dias, Manhuaçu recebe novos empreendimentos que geram tráfego”, ressalta.

A decisão da polícia é levar profissionais ligados ao trânsito para avaliar medidas para o Coqueiro. Ele cita que o comportamento dos pedestres tem que mudar e salienta que é preciso pensar em possibilidades melhores para o estacionamento das vans e ônibus.

Segundo o capitão, o bairro Coqueiro receberá uma atenção especial: “São determinados detalhes que temos que observar e focar para que possamos dar tranqüilidade para quem freqüenta o bairro, como aluno ou como morador, mas todos têm que se envolver. Só a PM ou a Prefeitura não têm condições de dar uma resposta imediata para o local”.

Além dos problemas de trânsito, a questão da segurança dos veículos e das pessoas também é fator de preocupação, já que o bairro vira um alvo potencial para criminosos.

Carlos Henrique Cruz - 03/03/07 - 09:25

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