Maria Rosângela e a pequena Eduarda Vitória | Wendel Riam |
A dona de casa Maria Rosângela do Carmo, 35 anos, e os dois filhos, Eduarda Vitória Barros, 5 anos, e Wendel Riam do Carmo Barros, 2 anos, morreram soterrados na madrugada desta quarta-feira, 28. A casa em que moravam no bairro Novo Horizonte foi atingida por uma grande massa de terra, lama e pedras que se descolou da encosta localizada acima do bairro. O pai das crianças Agnaldo de Oliveira Barros, 33 anos, estava em outro cômodo e sobreviveu.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Manhuaçu, o barranco de aproximadamente 50 metros de largura por 30 metros de altura se desprendeu de uma rocha que fica atrás do imóvel e soterrou o quarto e a cozinha.
Vizinhos conseguiram socorrer Agnaldo Oliveira. O pai das crianças assistia televisão na sala e foi resgatado pelos moradores. A mulher e os meninos morreram na hora. Os corpos foram retirados durante a madrugada com o auxílio de uma retroescavadeira.
A família de Rosângela estava morando numa casa construída há cerca de dez anos justamente para abrigar moradores das áreas ribeirinhas. “Eles moravam perto do rio e a casa foi construída nesse novo bairro para retira-los da área de risco. Infelizmente, aconteceu essa tragédia com o deslizamento dessa grande volume de terra”, afirmou a presidente da Câmara Municipal de Lajinha, Alzira Machado.
ENCHENTE
Em Lajinha, as fortes chuvas atingiram a cidade e zona rural durante a noite desta terça-feira e madrugada de quarta. As águas do rio São Domingos transbordaram e atingiram várias casas na região ribeirinha. Em alguns distritos e povoados, pontes foram arrancadas e estradas estão intransitáveis. O prefeito Sebastião Moreira estuda a possibilidade de decretar estado de calamidade pública.
Segundo, Alzira Machado, durante toda a noite foi preciso auxiliar famílias a saírem de suas casas, especialmente nas áreas afetadas pela cheia do rio. “Ajudamos na retirada das famílias e conseguimos alguns materiais, como colchões. Na área do bairro Novo Horizonte, há o receio de novos deslizamentos e mais casas estão ameaçadas”, afirma. Outra preocupação é com a área de saúde. A policlínica municipal e o pronto atendimento de Lajinha também ficam abaixo da área em que houve o deslizamento.
A Defesa Civil retirou treze famílias de áreas de risco, locais que foram afetados por deslizamentos de terra ou inundação e abrigou numa escola.
Carlos Henrique Cruz / Ronildo Miranda - Fotos Alzira Machado e Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com