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Caprinocultura em São João e Santa Margarida

09/02/2011 - Atualizado em 09/02/2011 08h15
Produtores investem na criação de cabras em São João e Santa Margarida

Uma boa alternativa de renda e diversificação. É como cafeicultores dos municípios de Santa Margarida e São João do Manhuaçu, no Leste do Estado, estão vendo a caprinocultura leiteira. A atividade começou a ser desenvolvida há dois anos por dez produtores. Em pouco tempo, eles conseguiram uma boa produção e espaço no mercado. Todo o leite produzido pelo grupo é comercializado com um laticínio do Rio de Janeiro.

A ideia de trabalhar com leite caprino foi dos próprios cafeicultores, para diversificar a produção. Os produtores se organizaram e buscaram informações sobre a atividade antes de tomar a decisão. “Nós visitamos algumas propriedades para ver de perto como era o trabalho e conversamos muito com pessoas da área”, diz o produtor Rivanildo Moreira.

Para iniciar a atividade os produtores investiram em estrutura e matrizes. O grupo também comprou um tanque de resfriamento de leite com capacidade para armazenar 22 mil litros e cada um adquiriu dez animais. O equipamento foi financiado com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Os cafeicultores também buscaram o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). Os extensionistas passaram para os produtores todas as orientações sobre o manejo dos caprinos e foram os técnicos da empresa que sugeriram ao grupo a compra do tanque de resfriamento.

O próximo passo é a criação de uma associação. Para isso os produtores contam com a assistência da Emater. “Trabalhar em associativismo reduz gastos e ajuda na conquista de mercado”, diz o coordenador de culturas do escritório da Emater em Manhuaçu, Paulo Roberto Corrêa.

Como toda a produção, cerca de 2.400 litros de leite de cabra por semana, é vendida para um laticínio do Rio de Janeiro, os produtores têm mercado garantido. O preço pago pelo litro de leite caprino é cerca de R$ 1,20, o dobro do valor pago pelo leite de vaca. “Isso é mais um estímulo para nós”, explica Rivanildo Moreira.

O rebanho da propriedade de Rivanildo, no município de Santa Margarida, tem 80 animais. Atualmente são 22 cabras em período de lactação, com produção diária de 60 litros. O produtor também cultiva um hectare de café. Por ano, a lavoura produz em média 45 sacas do grão. Para Rivanildo é possível conciliar as duas atividades. “A caprinocultura não interfere no desempenho da cafeicultura. E o melhor é que não ficamos dependentes de uma única atividade”, diz.

A propriedade de Marcos de Oliveira fica no município de São João do Manhuaçu. Há dois anos o cafeicultor decidiu investir na caprinocultura. O rebanho dele tem 24 animais e a produção é cerca de 20 litros/dia. “No começo foi difícil, mas as coisas estão melhorando”, diz o produtor. Marcos informa que a caprinocultura é uma boa opção de renda. Para o futuro, ele pensa em ampliar e diversificar a produção. “O nosso grupo pensa em conquistar novos mercados e produzir derivados do leite de cabra”, diz.

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