O Presidente da ACIAM, Toninho Gama, o vice-presidente da Federaminas André Farrath, Conselheiro da Câmara de Comércio Brasil França José Roberto, e o Diretor Regional da Câmara de Comércio Brasil China Daniel Manucci |
A China, o império do chá está começando a se dobrar aos hábitos ocidentais e virou o principal foco dos cafés mineiros. Na Zona da Mata, o potencial de consumo do dragão chinês se transformouem alvo dos planos das fazendas de café de participar do mercado internacional. A Associação Comercial, Industrial e Agronegócios de Manhuaçu (ACIAM) pesquisa o mercado chinês desde o ano passado e organiza a viagem de representantes do setor ao país asiático em junho.
Segundo o vice-presidente da Federaminas, André Farrath, o objetivo das negociações é mobilizar uma missão para a Exposição Internacional da Indústria do Café. “Os chineses começaram gostar da bebida apesar da tradição do chá. O Brasil tem uma pequena participação com apenas 4% deste mercado de 1,3 bilhão de habitantes”, ressalta.
André explica que o café do Vietnã não consegue agradar o suficiente ao mercado chinês e isso abriu uma oportunidade para os cafeicultores brasileiros. “A minha proposta é reunir representantes da Câmara de Comércio Brasil China em Manhuaçu, no Simpósio de Cafeicultura, passar todo este procedimento comercial e anunciar aos produtores da nossa região tentando viabilizar diretamente a exportação”.
Farrath e o Presidente da ACIAM, Toninho Gama, participaram na terça-feira em Belo Horizonte de uma reunião promovida na Expota Minas com representantes do mercado chinês.
CONSUMO
O consumo na China, que promete crescer 90%, com o processo acelerado de urbanização e a aproximação dos jovens aos hábitos culturais ocidentais, conforme levantamentos estatísticos feitos pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.
Daniel Diniz Manucci, diretor da câmara em Minas, sustenta que, como maior produtor de café do Brasil, o estado tem todas as chances de se beneficiar de um aumento estimado dos atuais 4% para 20% nos próximos cinco anos da participação brasileira nas importações de café da China.
A Central Exporta Minas, instituição ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, com participação de entidades do setor privado, comunga da mesma avaliação. A promoção comercial da cadeia mineira de produção de alimentos foi eleita prioridade para diversificação de parceiros do estado no comércio exterior, informa Jorge Duarte de Oliveira, diretor da Central Exporta Minas. Depois do minério de ferro, o grão é o segundo melhor produto de exportação de Minas.
“A nossa ideia é mostrar a qualidade do café mineiro, num esforço de divulgação, para abrir o mercado chinês. Além de vender o grão diretamente, podemos atrair investidores do país asiático para projetos de industrialização do grão no estado”, afirma Daniel Manucci, da Câmara Brasil-China.
Agora a instituição organiza a 1ª Missão Empresarial do Café à China, de 16 a 22 de junho. O café mineiro será exibido durante a China International Coffee Industry, em Pequim, de 18 a 20 de junho.
MANHUAÇU
Entre mais de três mil propriedades rurais de Manhuaçu, 90% são produtoras de café. O objetivo da Associação Comercial é promover as vendas conjuntas ao exterior dos produtores, conta o presidente da instituição e produtor de café, Antonio Carlos Xavier da Gama. “Se a gente conseguir fazer a venda direta para o mercado chinês, o nível de valorização do nosso produto será muito maior”, afirma. A iniciativa sai fortalecida pela maré de bons preços do produto.
A expectativa para lá de otimista de que os chineses abram os olhos e o paladar para a qualidade do café produzido nas montanhas mineiras. O sabor mais encorpado agrada mais e tem feito sucesso no país asiático.
Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com