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Flores tropicais ganham força em Manhuaçu

23/04/2011 - Atualizado em 23/04/2011 08h15

Não é só o café que movimenta a economia na Zona da Mata mineira. Em Manhuaçu, a produção de flores tropicais está em expansão. As mulheres são a maioria entre os produtores e experimentam uma nova fase nos negócios. Com o apoio do Sebrae-MG, o grupo formado por 16 mulheres e um homem criou a Central de Negócios Tropical Flores.

As primeiras compras em conjunto de insumos e equipamentos feitas por meio da Central renderam descontos de até 30% para os produtores. A Tropical Floresl também tem loja própria na cidade, onde são comercializados arranjos florais.  “Com a união conseguimos fortalecer o nosso negócio”, conta Marlene Gama Dutra, presidente da Central.

Com uma variedade de mais de 50 espécies de flores e folhagens, os produtores investem em estratégias para aumentar a participação nas vendas no mercado local. Recentemente passaram a oferecer cursos de arranjos florais para decoradores da região.

Outra estratégia para aumentar as vendas é a assinatura mensal de flores. O serviço inclui a entrega de um arranjo uma vez por semana durante o mês. Consultórios odontológicos e médicos, escritórios de advocacia e residências são os que mais requisitam esse tipo de serviço, que custa entre R$ 80 e R$ 150. As flores mais comercializadas são Bastão do Imperador, Alpinea, Heliconia Rostrata, Bihai, Estrelícia, Antúrios e Copo de Leite.

O cultivo de flores tropicais na região de Manhuaçu é recente. Há oito anos sete amigas resolveram comprar algumas mudas de flores exóticas para plantar nos sítios das famílias. No início, a falta de conhecimento sobre o produto dificultou o desenvolvimento das plantações. “Não sabíamos se o solo estava adequado, se as plantas gostavam de sol ou sombra, nem as técnicas de colheita. Perdemos parte das primeiras produções”, conta a produtora Marlene.

Persistente na busca de alternativas para melhorar a qualidade das flores, o grupo criou a Associação de Produtores de Plantas Ornamentais e Exóticas de Manhuaçu (Appoe) e buscou orientações do Sebrae-MG para organizar os negócios.  Os produtores participaram de cursos de gestão, capacitação de mão de obra, conheceram plantações de Alagoas e de Costa Rica, referências nacional e internacional em flores da espécie, e também de feiras e eventos sobre tendências do segmento.

 

“Os empreendedores da Appoe tentam, juntos, driblar as dificuldades. Eles não medem esforços para ganhar mercado, mesmo estando numa região em que a produção de café é a principal atividade econômica”, explica a analista do Sebrae-MG, Ereni Emerick.

Diferencial

A maioria das produtoras de flores de Manhuaçu trouxe os maridos para os negócios. A exceção foi o engenheiro civil e professor Márcio José Otoni. Foi ele que convenceu a esposa, Rogéria Chaves, a investir no empreendimento.

O único homem entre as mulheres iniciou o cultivo há três anos e meio, com orquídeas.  Depois se encantou com a beleza das flores tropicais. Ele pesquisou em vários países e investiu na compra de plantas diferenciadas. Márcio é o único produtor na cidade que cultiva o Bastão do Imperador branco. A muda da espécie chega a custar R$ 400.

Márcio estabelece uma rede de contato com clientes e ajuda no planejamento das compras e vendas do grupo. “Sozinhos somos muito pequenos. Juntos ganhamos mais força para competir no mercado”, avalia.

Central de Negócios Tropical Flores
17 associados
50 espécies de flores tropicais cultivadas
Produção de 1mil a 1,5 mil hastes por semana
Principais compradores: BH, Ipatinga, Governador Valadares e região

Vantagens das flores tropicais
Maior durabilidade pós-colheita
Resistência no transporte
Variedade de cores e formas
Grande aceitação no mercado externo

Floricultura no Brasil (2010)
R$ 3,8 bilhões em faturamento
15% de crescimento anual
US$ 28,68 milhões em exportações
Principais importadores: Holanda, EUA, Itália, Portugal, Bélgica e Japão
Maiores produtores de flores do país:
- São Paulo (53%)
- Minas Gerais (13%)
- Rio Grande do Sul (5%)
- Santa Catarina (4,5%)
- Rio de Janeiro (3,6%)
- Ceará (3,3%)
Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento

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