A volta do esquema antigo dos plantões noturnos e nos fins de semana nas delegacias e a adoção do banco de horas para compensar a jornada excessiva de trabalho foram a gota d’água para que o delegado da Policia Civil de Ponte Nova, Ellon Agostini Rodrigues dos Santos, pedisse exoneração do cargo.
A decisão do delegado reforça a situação precária da corporação para atender à demanda da população. No final do mês passado, foi anunciada a restrição dos plantões da Polícia Civil. Com a mudança, apenas 67 delegacias dos 853 municípios mineiros ficariam abertas após as 18 horas, fins de semana e feriados. Diante da repercussão negativa, o governador de Minas retomou o esquema antigo de plantões em todas as unidades. Esta medida também não agradou a classe que reivindica mais contratações e melhores condições de trabalho.
O pedido de exoneração do delegado foi feito na última sexta-feira (3) e enviado à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças da Polícia Civil. Nele, o delegado relata a insatisfação em relação ao retorno dos plantões, o baixo salário da categoria e a falta de reconhecimento dos governantes.
Trabalhando apenas há um ano e sete meses na corporação, o delegado disse que mesmo com o anúncio feito pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) de possíveis benefícios à categoria, ele não fica mais no cargo. “Meu salário líquido é de R$ 4.200. Não sei quanto teremos de reajuste e nem quero saber. Precisamos é de reconhecimento e de condições humanas de trabalho”, desabafou.
Com 26 anos e agora desempregado, ele afirma que vai estudar para tentar ingressar em outro cargo público com salários melhores. Segundo o delegado, outros amigos aprovados no último concurso, em 2008, já estão fazendo cursinhos para migrar de área. “Acredito que o meu pedido de exoneração não será o único. Muitos servidores estão insatisfeitos”, acrescentou Ellon Rodrigues dos Santos.
Com informações do Jornal Hoje em Dia