Depois do fracasso da reunião de quinta-feira (04), entre representantes dos bancários da Caixa Econômica Federal e da instituição financeira, a categoria decidiu cruzar os braços. Em todo o Brasil, a paralisação que começou ainda na quarta-feira (03) nas capitais, totalizava até sexta-feira (05) 85% das agências paralisadas. Em Manhuaçu, os funcionários cruzaram os braços na sexta em paralisação e nesta segunda decidiram pela greve.
Os funcionários não trabalharam no último dia de expediente normal na semana passada e começaram a segunda-feira na porta da agência distribuindo uma carta com o posicionamento e os motivos da greve. A população contou apenas com os serviços disponíveis nos caixas automáticos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Manhuaçu, Geraldo Vinícius de Oliveira Afonso, a greve será mantida por tempo indeterminado. “Vamos continuar parados até que a Caixa apresente outra proposta, porque o que foi oferecido na reunião foi insuficiente e não atende a demanda dos trabalhadores”, afirmou.
PLR INFERIOR
A lista de reivindicações dos empregados da Caixa é extensa, com 168 itens, mas a instituição só aceitou uma delas. A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) foi um dos principais descontentamentos da categoria. “A Caixa ofereceu apenas o reajuste salarial de 6%, acompanhando a decisão dos outros bancos, e não aceitou nenhuma das outras reivindicações. A PLR ficou aquém do que ela pagou no ano passado, sendo que esse ano a Caixa teve um lucro maior.
A Caixa propõe o pagamento adiantado de 70% da PLR. Representantes dos trabalhadores afirmam que a Caixa ofereceu só uma antecipação do valor e que o dinheiro recebido seria menor do que os funcionários ganharam no ano passado.
“Queremos uma PLR digna da lucratividade que a Caixa teve”, explicou. A distribuição dos lucros oferecida pela Caixa é de R$ 614,00 mais uma parcela fixa de R$ 600,00. Em 11 anos, a Caixa concedeu reajuste salarial de 66,1%. O piso salarial do bancário da instituição é de pouco mais de mil reais.
PAUTA
Da pauta de reivindicações, as principais são: 10,3% de reajuste salarial; isonomia salarial (que o salário dos funcionários novos seja equiparado com os salários dos mais antigos); criação de um novo plano de cargos e salários com acesso de todos; valorização do cargo de caixa, com o aumento dos valores das comissões.
A jornada dura e a falta de servidores têm refletido principalmente no atendimento, o que também é alvo de reivindicação dos bancários.
A Caixa Econômica Federal recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para que o órgão julgue se a greve dos funcionários do banco é abusiva. A paralisação dos bancários entra hoje no sétimo dia.
Eduardo Satil - Com informações do Jornal Vale do Aço - 11:06 - 09/10/07