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Política

Mensalão de Caratinga: Justiça cumpre mandados de busca e apreensão

24/01/2012 - Atualizado em 24/01/2012 09h12

Os vídeos denunciados pelo ex-servidor público Robson Ferreira Bastos, que atuava na prefeitura de Caratinga como assessor de geoprocessamento, protagonizam o maior escândalo político da cidade. As imagens de vereadores recebendo dinheiro dentro da Prefeitura levantaram a suspeita de um esquema de mensalão em Caratinga. Um possível pagamento de propina a vereadores para aprovação de projetos de lei de interesse da Prefeitura de Caratinga.

Na manhã desta terça-feira (24/01) o processo de investigação instaurado pelo Ministério Público teve um capítulo importante. O Ministério ajuizou a ação cautelar de busca e apreensão contra cinco vereadores: Emerson da Silva, Ricardo Gusmão, Altair Soares, Ronilson Marcílio e Cleider Costa de Medeiros  
 
Mandados de busca a apreensão também foram cumpridos na casa da secretária de fazenda, Angelita Lelis; do secretário exonerado de desenvolvimento econômico e turismo, Edson Soares; do chefe de gabinete, também exonerado, Edwy Júnior e na residência do prefeito da cidade, João Bosco Pessine. A equipe de jornalismo do Super Canal acompanhou os trabalhos realizados por 36 policiais militares de Ipatinga e Belo Horizonte, 15 oficiais de justiça e promotores da capital mineira.  
 
A equipe responsável pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do prefeito chegou por volta das 07h da manhã. Pelo interfone foi solicitada a entrada da equipe. O prefeito desceu para verificar o que estava acontecendo e ainda na garagem foi orientado a franquear a entrada da equipe de posse de um mandado de busca e apreensão em sua casa. Pessine argumentou “mas eu não sou bandido, sou o prefeito da cidade” e ainda questionou a presença de tantos policiais, mas acatou a decisão da justiça.  
 
 

 
Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na Câmara Municipal e na Prefeitura.  No órgão do poder executivo as equipes estavam devidamente autorizadas a vasculhar o gabinete do prefeito, salas das secretarias da fazenda e desenvolvimento econnômico e turismo e chefia de gabinete. A liminar deferida pelo juiz de direito da 2ª vara cível de Caratinga, Alexandre Ferreira, concedia autorização para busca e apreensão de documentos públicos ou particulares, como correspondências, contratos, agendas, relatórios, boletos, extratos e comprovantes de transações bancárias, computadores, dentre outros objetos necessários à prova dos ilícitos.  
 
O ex assessor de geoprocessamento da Prefeitura repassou à 2ª.  Promotoria de Justiça da Comarca de Caratinga um DVD contendo 78 vídeos, que segundo o denunciante teriam sidos gravados pelo ex-secretário Edson Soares e pelo ex-chefe de gabinete Edwy Júnior.
 
Robson relatou á promotoria que o esquema consistia ainda no pagamento mensal da quantia de 15 mil a 20 mil reais a cada vereadores envolvido, para que estes aprovassem projetos de lei de interesse do executivo. Robson foi ouvido no dia 04 de novembro e a partir de então, as investigações tiveram início.  
 
As equipes se espalharam em diversos pontos da cidade, na casa dos suspeitos de envolvimento naquele que pode se configurar como o maior escândalo político da cidade. A justiça precisa de provas para inocentar ou acusar, dentre as acusações de Robson ele alega que no suposto mensalão o prefeito e sua cunhada, Angelia Lelis, secretaria de fazenda sabiam do esquema.  
 
Os vereadores Ronilson Marcílio e Emerson da Silva elogiaram o trabalho do MP. Para Ronilson “chegou o momento de ver quem é quem”.  
 
Após cerca de duas horas de operação, os materiais coletados nas residências e órgãos públicos foram colocados dentro das viaturas e levados ao Fórum Desembargador Faria e Souza. 
 
O juiz de direito Alexandre que deferiu a liminar para a cumprimento de mandados de busca e apreensão, destacou que a operação deveria ter sido realizada em dezembro do ano passado, quando o pedido foi acatado pela Justiça. Após aguardar os trâmites legais para a sua realização, ela aconteceu na manhã desta terça-feira, por volta das 06h da manhã. Alexandre também ressaltou que o conteúdo dos vídeos e o teor da denúncia são passíveis de uma investigação mais aprofundada.  De posse do material recolhido, pode ser que o Ministério encontre provas para inocentar ou acusar os envolvidos neste processo de investigação.
 
Este foi o primeiro passo de uma resposta do Ministério Público à sociedade caratinguense.
 
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