A substituição do comando de José Sérgio Gabrielli por Graça Foster já era esperada pelo mercado, devido ao perfil técnico dela, bem ao estilo da presidente Dilma Rousseff, de quem é amiga desde 1999. Indicado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabrielli, que está há quase sete anos à frente da companhia, deve assumir um cargo no governo Jaques Wagner, na Bahia, e, depois, disputar as eleições em 2014 para o governo do Estado ou para o Senado. A especulação sobre a saída de Gabrielli vinha acontecendo desde o ano passado, devido às aspirações políticas dele.
Com uma rotina de trabalho de quase 14 horas por dia, Graça Foster está na Petrobras há 32 anos, depois de ter começado na estatal como estagiária. Engenheira química com pós-graduação em engenharia nuclear pela UFRJ, Graça Foster é considerada uma das 50 mulheres em ascensão no universo dos negócios em todo o mundo, segundo o jornal inglês "Financial Times", e está entre as dez executivas mais poderosas da América Latina, segundo a revista "America Economia", publicação sobre economia, finanças e negócios na América Latina, do Chile.
Ela tem pela frente vários desafios no comando da Petrobras. Um deles é atender às expectativas do setor industrial de Minas Gerais. O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, torce para Graça Foster ser uma boa presidente da Petrobras e cumprir os compromissos com Minas Gerias. "O Estado é o segundo mais importante consumidor de derivados de petróleo do país", disse Machado, referindo-se a ela como uma técnica competente. "Poderíamos ter mais valores agregados de petróleo em Minas Gerais", disse Machado, referindo-se à instalação de um polo acrílico e ampliação da refinaria Grabriel Passos, em Betim, que já não atende a demanda de Belo Horizonte e região. "Ela e a Dilma são mineiras importantes para Minas Gerais", disse Machado.
Helenice Laguardia - Jornal O Tempo