Luiz Carlos Felipe de Souza, o Luizinho, vereador do município de Orizânia e suspeito de participar de uma quadrilha de roubo de cargas no estado, se defende. Segundo ele, foi vítima de falsas acusações, passou por momentos difíceis nos quatro dias em que ficou preso no Departamento de Investigações da Polícia Civil em Belo Horizonte e vai provar sua inocência.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, o sítio do vereador na zona rural de Orizânia serviu de esconderijo para um caminhão tomado de assalto na BR-116, no dia 29 de maio, em São João do Manhuaçu. “A delegacia de Divino, faz oito meses, apreendeu uma carga e pediram para que deixasse guardada num espaço no meu sítio. Nesse outro caso aí, de maio, eu não estava nem na cidade”, afirmou. Luizinho diz que foi para São Paulo a trabalho e que tem como comprovar isso.
A delegada da Divisão de Enfrentamento ao Grande Roubo e Latrocínio (Degrel) Rosely Neves explicou que através de equipamentos com GPS (sistema de posicionamento global) instalado no caminhão e escutas telefônicas, policiais localizaram o local onde o produto químico havia sido supostamente escondido. A carga roubada era de TDI (tolueno diisocianato) – usado na fabricação de espuma de colchão.
SEM PORTEIRA
“A minha propriedade não tem porteira. O meu sítio é passagem para outros moradores que moram nas imediações. Quem roubou isso, poderia muito bem ter levado isso para lá. Agora eu não tenho envolvimento em nada nessa história”, argumenta.
Além do vereador, também foi preso Almir Vitor Martins, apontado como comparsa dele. Luizinho defende o rapaz dizendo que ele é tão inocente quanto ele. “Apenas trabalhou como motorista para mim. Depois das acusações acabou perdendo o emprego”, disse. O vereador tem uma empresa de transporte com uma carreta, um caminhão trucado e dois carros, além de receber como vereador e cultiva café e leite na sua propriedade.
Luís Carlos Felipe Souza é vereador pelo PTB em Orizânia. Sobre a repercussão política ele admitiu que algumas pessoas tentaram aproveitar do momento, mas garantiu que quem o conhece sabe que isso não procede. “Fiquei chateado e envergonhado com essas falsas acusações. Recebi o apoio de familiares, amigos e até adversários políticos”.
Sobre a informação de que tem passagens pela polícia por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma, o vereador se defende. “Foi um desentendimento com um funcionário da prefeitura. Ele me ameaçou com um enxadão e eu atirei para cima, só para assustá-lo. O processo já foi encerrado e ele até depôs a meu favor”, declarou.
PRISÃO
Durante os cinco dias em que ficou preso, o vereador diz que passou maus momentos na carceragem. “Eu estava numa cela com uns quarenta presos. Passei a primeira noite em pé. Eu passei uma vida de cachorro lá. Era muita sujeira, uma comida muito ruim e com a mesma roupa os dias todos, já que não me entregaram as roupas que a minha família levou”, disse.
O vereador também contesta a informação de que foi preso ou intimado para depor. Ele diz que se entregou depois de saber que haviam determinado a prisão temporária dele. “Eu não fui intimado para depor, mas alegaram justamente que eu não compareci para prestar depoimento e por isso pediram a prisão por cinco dias”. 17:58 - 08/11/07 - portalcaparao@gmail.com